Privatização da Deso: “talvez seja a atitude mais correta do governo Fábio”

O governador Fábio Mitidieri tomou a decisão de  privatizar a DESO-Cia. Saneamento de Sergipe. Talvez seja a atitude mais acertada do seu governo. Seguramente ficará na História. Em primeiro lugar por enfrentar a Guilda que domina a empresa, pensando apenas nos seus próprios benefícios e em segundo lugar por tirar o tesouro do estado da obrigação de colocar recursos todas as vezes que a empresa precisa fazer algum investimento.

Historicamente sempre foi assim desde sua fundação, nos anos sessenta do século, no governo de Lourival Batista. Todos os seus investimentos são feitos com recursos do tesouro estadual, sempre através de endividamento.  A estatal não tem crédito para investimento. Os seus recursos são destinados ao seu custeio.  Seus serviços são todos, ou quase todos terceirizados. Sua arrecadação é para pagar o seu custeio.

Em 2017, no governo de Temer, o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Social era presidido pela doutora Maria Silvia Bastos Marques, que apresentou aos governos estaduais um programa para privatização das empresas estaduais de saneamento. O governo de Sergipe prontamente aderiu. Foi uma decisão pensada. O governo sabia que era preciso ter um serviço de saneamento decente, digno de Sergipe.

Com a posição definida e autorizado pelo governador fui ao BNDES. Como secretário de planejamento do estado participei de uma reunião no BNDES, com alguns outros estados , quando levei a adesão de Sergipe ao programa, devidamente assinada pelo governador Jackson Barreto e por mim.

A presença do BNDES no processo de privatização, além da transparência em todo processo, nos dava a garantia de seriedade em todos os trâmites.

Em 2018, no fragor da campanha eleitoral, o governador abandona o projeto e cede à pressão da Guilda. Lamentável.

Os desserviços da estatal são bastantes conhecidos. Perda de água tratada em quantidade industrial, cidades permanentemente esburacadas, já que não há uma sintonia entre o serviço e a recuperação da via pública, regiões inteiras desabastecidas e por aí vai.

A população de Aracaju é a grande vítima. Tarifas altas para suportar uma empresa ineficiente que cobra por um serviço de esgoto ofertado precariamente e a fedentina em toda a cidade, sem falar nos serviços de manutenção longos, demorados que esburacam todos os bairros da cidade.

Espero que a decisão do governador Fábio Mitidieri seja definitiva; que não haja recuo. Sergipe não merece o serviço de água e esgoto que a DESO oferece.


João Augusto Gama é empresário, ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e ex-prefeito de Aracaju.

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