Ministério Público investiga contrato de empresa de Call Center com Associação Mulheres de Peito

O Ministério Público de Sergipe (MP-SE) abriu um procedimento investigativo para apurar denúncias de possíveis irregularidades em um contrato firmado entre uma empresa de Call Center e a Associação Mulheres de Peito, entidade que proporciona apoio e amparo social, emocional, psicológico e educativo às mulheres pacientes oncológicas da capital e do interior de Sergipe.

De acordo com a denúncia, a empresa de Call Center, pertencente a advogada Elaine Oliveira, que é presidente do PL Mulher em Sergipe, ficaria com 70% dos valores arrecadados, ficando apenas 30% do valor com a Associação Mulheres de Peito, supondo um possível prejuízo para a entidade.

Em nota encaminhada ao Hora News, a Associação Mulheres de Peito admite a existência do contrato e a porcentagem de 70% para a empresa da Call Center, bem como salienta que o modelo de contrato é benéfico para a associação.

“Na manhã desta segunda-feira, 29, circulou nas redes sociais uma informação de que a empresa que presta serviço de Call Center para a Associação Mulheres de Peito fica com 70% do que é arrecadado. Convém esclarecer que a Associação Mulheres de Peito mantém contrato com esta empresa de call center há quatro anos. Essa parceria tem sido muito proveitosa para a instituição, pois se tornou mais um meio de sustentação da nossa entidade. É importante deixar claro para a sociedade que o percentual que fica com a empresa diz respeito apenas aos valores arrecadados via call center. Os valores doados pelas pessoas, recebidos de vendas de produtos e outras ações ficam 100% com a nossa associação”, explica a diretoria da associação, observando que o modelo foi copiado de outras entidades sem fins lucrativos que atuam no Brasil.

“Esse modelo de parceria com a empresa de call center foi copiado de outras diversas entidades sem fins lucrativos que atuam pelo País e em Sergipe. Portanto, gostaríamos de esclarecer que o contrato está dentro da legalidade e foi firmado com o conhecimento e concordância de todas que compõe a direção da Associação”, salienta.

Ainda, segundo a entidade associativa, o Ministério Público já está ciente de todo o modelo contratual com a empresa de Call Center, responsável por toda a operacionalidade do serviço. A associação garante que o contrato não gera nenhum prejuízo à entidade.

“Nós, Mulheres de Peito, ressaltamos ainda que, desde que tomamos conhecimento da denúncia, nos colocamos à disposição do Ministério Público, para prestar toda e qualquer informação necessária a respeito deste contrato que, ao contrário do que se tenta passar, não gera qualquer prejuízo à Associação. Vale destacar também que o valor referente à empresa de call center cobre diversos custos operacionais, como pagamento dos funcionários, por exemplo. A Associação Mulheres de Peito reforça o seu compromisso com as pacientes assistidas e com a luta por um tratamento oncológico digno em Sergipe e está à disposição para quaisquer esclarecimentos”, conclui.

Além da arrecadação proveniente dos serviços prestados pelo Call Center, outra fonte de renda da Associação Mulheres de Peito vem das emendas parlamentares, que segundo funcionários ouvidos pelo Hora News, seriam suficientes para a manutenção da associação.

Em 2021, a Associação Mulheres de Peito foi reconhecida de Utilidade Pública Municipal, e em 2022, por por meio do projeto de lei nº 143, teve o reconhecimento estadual. A propositura buscou reconhecer a importância da entidade sem fins lucrativos, com atuação e apoio dedicados às mulheres com câncer no estado de Sergipe.


Por Redação
Foto: Divulgação

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