Mestra em ecologia esclarece dúvidas sobre aparecimento de dragão azul no litoral sergipano

A lesma do mar conhecida como dragão azul foi encontrada na última terça-feira (27) na Praia do Abaís, em Estância, litoral de Sergipe, por um morador do município e vários relatos duvidosos apareceram.

Diferente do que foi noticiado, o nudibranquio glaucus atlanticus não é uma espécie venenosa e tem ocorrência esperada nas praias de Sergipe, pois não é uma espécie exótica e apresenta registros em todo litoral do Brasil. Só nos últimos dois anos, a mesma espécie apareceu no litoral da Bahia, Alagoas e Pernambuco.

Segundo a engenheira de pesca e mestra em ecologia, Thaiza Barreto, o dragão azul é um animal cosmopolita, ou seja, é uma espécie que pode ser encontrada em quase todo mundo, sob variadas condições ecológicas, com tamanhos de 15 mm a 4 cm.

“Este animal aparece nas regiões tropicais e temperadas de todos os oceanos, inclusive no litoral brasileiro, pois sua distribuição no litoral é influenciada pela corrente do Brasil e giros oceânicos”, ressalta a especialista.

Ainda, de acordo com a engenheira, eles são animais planctônicos, ou seja, animais com pouco ou nenhuma capacidade de locomoção própria, habitam a zona pelágica dos oceanos e se alimentam de espécies de águas vivas ou caravelas que também flutuam na superfície da água.

“A espécie possui a capacidade de armazenar e potencializar as toxinas das caravelas ou águas-vivas nas pontas de seus apêndices para proteção contra predadores. Ao contato humano pode ou não causar irritação na pele, pois é um animal muito pequeno e a capacidade de armazenamento é pequena também”, observa, ressaltando que mesmo assim as pessoas devem evitar o contato com o animal.

“No entanto, as pessoas devem evitar o contato direto com o animal, assim como qualquer outro animal selvagem, mas se isso ocorrer acidentalmente, o tratamento pode incluir o uso de esteroides tópicos potentes, compressas frias e terapia anti-histamínica”, salienta Thaiza.

É possível concluir que o motivo do seu aparecimento foi a estação climática atual com chuvas fortes e ventos marítimos, onde este animal possivelmente veio sendo carregado pelo vento, e flutuando na superfície da água acompanhando suas presas até as águas costeiras, chegando as praias.




Por Redação
Foto: Divulgação

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