Huse realiza duas cirurgias de extrofia de bexiga com técnica inédita em Sergipe

O Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) recebeu neste sábado, 23, o encontro do Grupo Cooperativo Brasileiro Multi-Institucional para o Tratamento de Extrofia de Bexiga pela Técnica de Kelley. Formado por cirurgiões pediátricos especializados em urologia pediátrica, o encontro reuniu vários profissionais de diversas partes do país, que acompanharam a transmissão do procedimento diretamente do centro cirúrgico da unidade hospitalar.

O encontro foi promovido pelo Grupo CipeAju Serviços Médicos, com a participação de uma equipe formada por cirurgiões pediátricos de Sergipe que também atuam no Huse. A cirurgiã pediátrica Simone Oliveira, uma das coordenadoras do evento, comentou sobre o momento e destacou a importância do procedimento para vida dos pacientes com extrofia de bexiga.

“Nós estamos sendo presenteados neste momento com a presença dos colegas que se mobilizam para fazer a cirurgia e a recuperação da vida. A gente pode dizer que é uma recuperação de vida desses pacientes. Estamos muito honrados com a presença de todos e agradecendo a mobilização fantástica de todo o grupo”, disse.

A Extrofia Vesical é uma má formação complexa da parede abdominal em que o órgão genital, a bexiga e a parede abdominal estão abertas. Enquanto acontece o encontro no Huse, o grupo de médicos realiza a cirurgia para a correção de extrofia de bexiga em dois pacientes sergipanos no centro cirúrgico da unidade hospitalar: um de oito anos de idade e outro de 11 meses de vida. O procedimento, que dura de oito a doze horas, é inédito no estado de Sergipe.

O secretário de Estado da Saúde, Walter Pinheiro, participou do encontro e disse estar bastante otimista com o fato de Sergipe receber cirurgiões e urologistas pediátricos de todo país, com o objetivo de ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes com extrofia de bexiga.

“São diversas as situações positivas que envolvem momentos como este. Além, claro, do paciente com caso de difícil tratamento, uma má formação congênita que afeta muito a qualidade de vida dessas crianças, dessas famílias, que se veem buscando auxílio médico no dia a dia, e de reunir pessoas do Brasil como um todo, com o único objeto de ajudar as pessoas. É de fato um grande dia”, afirmou.

Para que o procedimento fosse realizado, a superintendência do Huse, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), mobilizou diversos profissionais e disponibilizou materiais para que tudo ocorresse de forma mais célere e sem intercorrências, como explica a referência técnica do Pronto Atendimento Cirúrgico do Huse, o médico Ricardo Jabbur.

“O pessoal do Huse se empenhou muito para que tudo isso acontecesse da melhor forma. É um procedimento raro e difícil, não é simples. Foi um tanto desafiador providenciar todos os suprimentos, todos os materiais necessários para a cirurgia, já que é uma cirurgia que não é realizada no estado. Ou seja, esta é a primeira em Sergipe e o 104º procedimento a ser realizado no país. Mas, com o apoio de todos, da secretaria, do secretário, conseguimos efetuar todo o processo que vai trazer uma melhoria importante na qualidade de vida desses dois pacientes”, explicou.

Grupo Kelley

A técnica de Kelley foi idealizada há cerca de 50 anos pelo urologista pediátrico australiano Justin Kelley e começou a ser empregada no Brasil em 2019, quando o médico Nicanor Macedo idealizou o Grupo Cooperativo chamado de Grupo Kelley. Nicanor explica que se trata de um grupo filantrópico, criado há pouco mais de cinco anos, formado por cirurgiões e urologistas pediátricos de todo Brasil, que realiza o procedimento uma vez em alguma cidade do Brasil.

“Vamos em uma cidade do Brasil, normalmente nas capitais, operar crianças que nascem com uma condição que é muito complexa, que é a extrofia de bexiga, e na realidade é uma má formação congênita, que não tem causa conhecida. É um objetivo de filantropia, compaixão, solidariedade. Então, 104 casos, nós fizemos em cinco anos. No Brasil, nascem mais ou menos 100 crianças com a má formação por ano. Então nós resolvemos alguns casos no Brasil em cinco anos. Isso mostra que é possível”, disse o médico.





Por Agência ASN
Foto: Flávia Pacheco

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