Sérgio Moro pode comprometer candidatura de Danielle Garcia ao Senado

A filiação do ex-juiz Sérgio Moro no Podemos para disputar a Presidência da República, em 2022, pode complicar os planos políticos da delegada Danielle Garcia, presidente estadual do partido, e pré-candidata ao Senado Federal.

A delegada tem o apoio dos lavajatistas, setores da sociedade que defendem a Operação Lava Jato, que tinha o ex-juiz como a principal estrela da operação policial, bem como a simpatia dos bolsonaristas. Porém, no ano que vem bolsonaristas e lavajatistas estarão em lados opostos.          

Com isso, Danielle Garcia terá a “garantia” dos votos dos defensores de Moro, mas não terá a mesma certeza dos votos dos que defendem Jair Bolsonaro, principalmente do grupo mais radical, que deve votar no candidato ao Senado apoiado por Bolsonaro, já que Danielle apoia à candidatura de Moro. Ela também perde os votos de uma pequena parcela de seguimentos da centro direita e até mesmo da centro esquerda, que condenam a postura adotada por Moro quando juiz da Lava Jato.

Com um racha eleitoral tido como certo nas urnas, a delegada corre sério risco de não ser eleita para o Senado, cargo majoritário. Diante dessa possibilidade real, muitos já defendem que ela se candidate a deputada federal, aumentando significativamente as chances de vitória, evitando assim mais um desgaste nas urnas. Apesar de ter ido ao segundo turno das eleições municipais em 2020, ela foi derrotada por Edvaldo Nogueira, que obteve quase 50 mil votos de diferença.

Para alguns analistas políticas consultados pelo Hora News, o nome que estará associado à Sérgio Moro tende a perder mais do que ganhar, devido ao ex-juiz ter usado a Lava Jato para fazer palanque político, prejudicar a economia e criminalizar a política, da qual ele hoje faz parte.

É bom lembrar que Sérgio Moro se tornou ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro, após ter condenado o ex-presidente Lula, que teve sua sentença anulada pelo Supremo Tribunal Federal. Por divergência com Bolsonaro, o ex-juiz deixou o governo acusando o presidente de interferência na Polícia Federal.  

Agora, cabe a Danielle Garcia mudar de rota e concorrer a uma vaga na Câmara Federal, com mais chances de vitória, ou encarar o desafio para a tão difícil cadeira do Senado, mesmo já sabendo das reais probabilidades. Não esqueçamos que 2022 não tem Lava Jato para demonizar a classe política.

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