Senador Rogério Carvalho pede aprovação de novos requerimentos para aprofundar investigação da CPI da Braskem

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, que investiga os danos ambientais, sociais e urbanos em Maceió causados pela empresa, deu mais um passo importante nesta quarta-feira, 06, com a oitiva de Thales Sampaio, ex-servidor da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), atual Serviço Geológico do Brasil.

Em seu depoimento, Sampaio revelou que a Braskem não tinha outorga para a extração de água dos poços utilizados na mineração de sal-gema, o que configura uma grave irregularidade. Além disso, ele relatou que a empresa frequentemente discordava dos estudos realizados pela CPRM e apresentava um comportamento rude durante as discussões.

Sampaio também destacou que as outorgas para a extração de sal-gema foram concedidas mesmo enquanto a CPRM ainda investigava os impactos da atividade na região. Como resultado da exploração, segundo ele, foram geradas cavidades com um volume total de 10 milhões de metros cúbicos, o equivalente a três vezes o tamanho do Estádio Maracanã.

Diante das informações reveladas, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) revelou que a possível conduta da Braskem pode ser configurada como negligência e dolo e que, com base nos fatos divulgados, a empresa teria agido com consciência dos riscos e não tomou as medidas necessárias para evitar os danos.

“Não é possível que uma empresa como a Braskem não soubesse as condições da mina. Estamos falando de um problema com registros de afundamento desde 2004. Como podem dizer que não foram negligentes ou imprudentes?”, questionou.

Ainda em seu discurso, Carvalho destacou a gravidade da situação e a necessidade de aprovar requerimentos para aprofundar a investigação.

“Com as evidências apresentadas, e sabendo do poder econômico da Braskem e do conhecimento técnico da empresa, entendemos que não monitorar a evolução das cavidades, não fazer os estudos periódicos e não pressurizar a mina no momento da extração configura negligência, imprudência e inidoneidade”, reiterou o senador.

“Portanto, estamos vivendo um filme, um retrato da realidade desse trágico momento histórico. De novos estudos forem feitos hoje, com base nos detalhes técnicos que tivemos acesso, nós vamos perceber que várias dessas cavidades podem subir e, de isso acontecer, vão abrir alguns buracos, ou seja, vai afundar”, alertou.

Carvalho também comentou que, a partir dos relatórios apresentados, surge a necessidade de aprovação de novos requerimentos e convocações para ampliar o entendimento da real situação da tragédia em Maceió.

“Após todos os estudos e questionamentos da Braskem que nos mostram o nexo causal da exploração de salgema e a tragédia ocorrida em Maceió, com os nomes e relatórios apresentados, e com base em tudo aquilo que relatado, vamos solicitar sob a forma de informação a aprovação requerimento e novas convocações”, concluiu.





Por Assessoria de Imprensa
Fotos: Daniel Gomes

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