O delegado Paulo Márcio, ex-presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), emitiu uma nota pública questionando a pesquisa encomendada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania), a qual exclui alguns nomes e coloca a delegada Danielle Garcia em primeiro lugar na disputa pela Prefeitura de Aracaju.
Paulo Márcio, que também é pré-candidato a prefeito de Aracaju pelo DC, critica a pesquisa pelo fato do nome dele também ter sido excluído da lista de pré-candidatos. Segundo o delegado, a transparência e a lisura do processo eleitoral devem ser respeitados.
“A partir do momento em que seu instituto natimorto vai a campo e, de forma deliberada, exclui o nosso nome da lista de pré-candidatos, de modo a alterar o resultado da sondagem para atender a objetivos não republicanos, tenha absoluta certeza de que, tantas vezes quantas forem necessárias, utilizaremos de nossos direitos e prerrogativas constitucionais – que Vossa Excelência arrogantemente prefere chamar de “falta de vergonha na cara” – para defender a transparência, a lisura do processo eleitoral e a igualdade entre partidos e pré-candidatos, nos termos assegurados pela Constituição Federal e legislação eleitoral”, critica Paulo Márcio.
O delegado de polícia ainda questiona o senador sergipano pelo possível uso de dinheiro público do fundo partidário para bancar, segundo ele, pesquisa eleitoral feita por um instituto de propriedade de dois filiados ao partido político do senador.
“O dinheiro do fundo partidário, por exemplo, que Vossa Excelência utilizou para custear polêmica pesquisa realizada por um instituto cujos sócios são dois filiados do partido Cidadania, também é considerado coisa pública, e, como tal, não pode servir a qualquer propósito que não se coadune com o interesse público ou coletivo”, questiona Paulo Márcio, acrescentando que rotular de “sem vergonha na cara” pessoas que questionam a contratação do instituto de pesquisa é a confirmação do autoritarismo do senador.
“Rotular como “sem vergonha na cara” as pessoas que, sentindo-se prejudicadas, democraticamente questionaram a contratação, por meio de recursos públicos, de um instituto umbilicalmente ligado ao partido comandado por Vossa Excelência, só vem a confirmar a natureza despótica e o autoritarismo que lhe são característicos e já não se envergonham em desfilar à luz do dia”, diz a nota enviada ao Hora News.
Confira a nota na íntegra.
Senador Alessandro Vieira,
Graças a Deus, vivemos em um regime democrático. Mais ainda, adotamos como forma de governo a República, que deriva do latim “res publica” e significa, literalmente, coisa pública.
O dinheiro do fundo partidário, por exemplo, que Vossa Excelência utilizou para custear polêmica pesquisa realizada por um instituto cujos sócios são dois filiados do partido Cidadania, também é considerado coisa pública, e, como tal, não pode servir a qualquer propósito que não se coadune com o interesse público ou coletivo.
Portanto, rotular como “sem vergonha na cara” as pessoas que, sentindo-se prejudicadas, democraticamente questionaram a contratação, por meio de recursos públicos, de um instituto umbilicalmente ligado ao partido comandado por Vossa Excelência, só vem a confirmar a natureza despótica e o autoritarismo que lhe são característicos e já não se envergonham em desfilar à luz do dia.
Se Vossa Excelência conduz seu agrupamento com rédeas curtas e impõe sua vontade sobre seus correligionários, para tanto valendo-se de uma democracia de fachada, é algo que não nos diz respeito e sobre o que não nos interessa emitir qualquer juízo de valor. Como diz o adágio popular, os incomodados que se mudem (alguns já se mudaram e outros estão de malas prontas).
Mas, a partir do momento em que seu instituto natimorto vai a campo e, de forma deliberada, exclui o nosso nome da lista de pré-candidatos, de modo a alterar o resultado da sondagem para atender a objetivos não republicanos, tenha absoluta certeza de que, tantas vezes quantas forem necessárias, utilizaremos de nossos direitos e prerrogativas constitucionais – que Vossa Excelência arrogantemente prefere chamar de “falta de vergonha na cara” – para defender a transparência, a lisura do processo eleitoral e a igualdade entre partidos e pré-candidatos, nos termos assegurados pela Constituição Federal e legislação eleitoral.
Delegado Paulo Márcio (DC), pré-candidato a prefeito de Aracaju.
Por Redação
Foto: Divulgação
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