Hapvida é investigada por determinar prescrição de medicamentos sem eficácia em pacientes com Covid

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) confirmou neste sábado (2/10) que paralelamente ao processo de investigação de denúncias contra a operadora Prevent Senior, alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Senado Federal, que apura condutas ilegais praticadas pela operadora de saúde no tratamento de pacientes com Covid, realizou na segunda-feira (27/9) diligências na sede da operadora Hapvida, na capital cearense, e na sede da operadora São Francisco, em Ribeirão Preto (SP).

Embora faça parte do Grupo Hapvida desde 2019, a operadora São Francisco tem CNPJ próprio, devendo obedecer à legislação de saúde suplementar e estando sujeita a sanções caso cometa infrações.

Durante as diligências foram solicitados esclarecimentos a respeito das denúncias sobre cerceamento ao exercício da atividade médica aos prestadores vinculados à rede própria da operadora, e sobre a assinatura de termo de consentimento, pelos beneficiários atendidos na rede própria, para a prescrição do chamado “Kit Covid”.

Para a instrução dos processos que tramitam na ANS, foi concedido prazo de cinco dias úteis para envio de documentação.

Kit Covid

Classificada como a maior operadora de plano de saúde das regiões Norte e Nordeste, a Hapvida também é acusada por profissionais de saúde de pressionar médicos a prescreverem o Kit Covid, rejeitado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo relato de médicos e profissionais da saúde de diversas especialidades, a empresa determinava aos profissionais da medicina a prescreverem cloroquina aos pacientes com Covid, como forma de reduzir a fila e ocupação de leitos hospitalares.

“A gente tem uma luta muito grande nos próximos dias para aumentar consideravelmente a prescrição de cloroquina, o kit Covid, para garantir que a gente tenha menos pacientes internados”, diz um áudio gravado por um integrante da empresa e encaminhado pelo diretor da Hapvida, Alexandre Wolkoff.

“Eu peço para vocês. A liderança de cada unidade, a diretoria médica, os regionais precisam liderar isso. A gente precisa subir a prescrição de cloroquina. Então, eu peço que vocês… não é só para Manaus, só para uma unidade ou outra, mas para todos as unidades, a gente (tem que) ter um aumento significativo da prescrição do kit Covid. Cada diretor médico da unidade é diretamente responsável por esse indicador”, complementa a orientação dada para todas as unidades da operadora Hapvida, incluindo Aracaju.

Em nota encaminhada ao Hora News, a Hapvida afirma que “no passado havia um entendimento de que a hidroxicloroquina poderia trazer benefícios aos pacientes”. Ainda, segundo a nota, “houve uma adesão relevante da nossa rede, que nunca correspondeu à maioria das prescrições, no melhor intuito de oferecer todas as possibilidades aos nossos usuários”.

Considerada uma das maiores operadoras de planos e saúde do Brasil, a Hapvida conta mais de 15.000 médicos e 7 milhões de clientes. A operadora tem mais de 250 estabelecimentos de saúde entre hospitais, centros de exame e clínicas.





Por Redação
Foto: Divulgação

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