A reintegração de posse de um prédio localizado na Avenida Ivo do Prado, no Centro de Aracaju, pertencente a construtora Cosil, empresa da família da primeira-dama de Aracaju, Danusa Silva, ocorrida na manhã deste domingo (23), foi motivo de críticas por setores da sociedade civil organizada e da classe política.
Atendendo a uma determinação judicial, a Polícia Militar compareceu ao local para cumprir a ordem de despejo das 70 pessoas, em média, que ocupavam o prédio abandonado desde que a Polícia Federal deixou o local para se instalar em um prédio na Avenida Augusto Franco.
A vice-governadora Eliane Aquino (PT) se manifestou nas redes sociais e criticou a medida adotada pela polícia. Se dizendo surpresa e indignada com a decisão, a petista protestou.
“Com extrema surpresa e indignação que recebi a notícia do despejo das famílias da ocupação João Mulungu, no Centro de Aracaju, na manhã deste domingo. Num momento tão grave de pandemia, uma ação dessas não deveria ocorrer, muito menos da maneira como ocorreu”, criticou a vice-governadora, salientando que no último caso, em cumprimento a ordem judicial, as pessoas que habitavam o prédio deveriam antes passar pelo teste da Covid-19.
“Mas, em último caso, pela necessidade do cumprimento de ordem judicial, deveria ter ocorrido um trabalho conjunto entre diversas frentes do poder público que assegurasse, pelo menos, que todas as pessoas fossem testadas”, defendeu Eliane.
Ainda, segundo a vice-governadora, conviver com ação de despejo de famílias vulneráveis em um momento de pandemia é algo lamentável. Ela também criticou o fato de a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social não ter sido notificada com antecedência.
“Além das questões sociais, faltou um olhar para o risco da disseminação do coronavírus. A Inclusão não foi notificada com antecedência, mas uma equipe foi direcionada ao local assim que soubemos dos fatos. É lamentável conviver com a ação de despejo de famílias vulneráveis num momento de pandemia. Minha solidariedade às pessoas que viviam na ocupação João Mulungu”, conclui.
A ação da Polícia Militar, que atendia determinação da Justiça, também foi criticada pelas vereadoras Ângela Melo (PT), Linda Brasil (PSOL) e Emília Correa (Patriota), entre outras lideranças políticas e entidades em defesa da moradia e dos direitos humanos.
Por Redação
Foto: Divulgação
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