Brigar com pesquisas eleitorais pode soar tão insano e quixotesco quanto travar batalhas com moinhos de vento. Antes de simplesmente tomá-las por monstros, convém analisar o cenário em que são produzidas e a sua conexão com a realidade. Um procedimento simples, mas suficiente para desmascarar picaretas habituados a macular o processo eleitoral.
No final da tarde desta quarta-feira, 24, circulou nas redes sociais uma dessas peças publicitárias de mau gosto travestida de pesquisa eleitoral, que, sem nenhum pudor, subtraiu quase 25 pontos percentuais da candidata a prefeita de Aracaju Emília Corrêa (PL), em desonesta comparação com levantamento realizado por instituto diverso.
Não se trata de mera oscilação dentro da margem de erro – mesmo porque os números apresentados foram prospectados por institutos diferentes -, mas de uma queda brusca e repentina sem qualquer causa que a justifique. Daí os evidentes indícios de manipulação detectados e denunciados por populares indignados com o jogo sujo e a falta de ética.
Embora não se possa cravar, é bastante provável que uma sondagem realizada após o anúncio de Ricardo Marques (Cidadania) como vice de Emília capte um aumento da vantagem da candidata do PL sobre os seus adversários, não sendo precipitado afirmar que os números atuais tendem a confirmar uma vitória da chapa de oposição em primeiro turno.
O cenário tornou-se ainda mais favorável após a realização da convenção partidária da noite do último dia 22, que homologou a chapa Emília-Ricardo e mais 81 candidatos a vereador na coligação composta pelo PL, PSDB, Cidadania e AGIR.
Se há algo de bom nisso tudo, é que a falta de conexão da pesquisa com a realidade expõe o nível de desespero de certas campanhas que, embora milionárias, caminham a passos largos para o abismo. Enquanto isso, o povo segue com Emília, fiel e cheio de esperança.
Paulo Márcio é delegado de Polícia Civil, ex-presidente da Adepol, pré-candidato a vereador de Aracaju, e articulista colaborador do Hora News.
Comente