O número de mortes pela Covid-19 já chega a quase 300 mil em todo o Brasil. E a cada dia esse número só cresce, mesmo reconhecendo os esforços de alguns governantes para conter o avanço da doença. Só em Sergipe, nas últimas 48 horas, foram contabilizados 2.388 novos casos e mais 39 mortes pela doença, um aumento de 213% no número de óbitos nos últimos 30 dias.
Mas, o nosso presidente da República ao invés de dialogar de forma civilizada com governadores e prefeitos, com seu novo ministro da Saúde, e juntos construírem medidas para reforçar ainda mais o combate à doença, prefere partir para o ataque e mais uma vez criticar governadores e prefeitos, até mesmo com ameaças de militares nas ruas para impedir a aplicação das normas restritivas aprovadas por gestores estaduais e municipais, como se a população concordasse com uma medida estrema dessa natureza.
O presidente Bolsonaro precisa aproveitar esses quase dois anos de governo que ainda lhe restam e mudar o seu comportamento. Passar a dialogar com sua bancada, com seus adversários políticos, com o Congresso Nacional, com o Supremo Tribunal Federal e, principalmente com a sociedade civil organizada, e juntos darem as mãos pelo bem da Nação. Ou será que o nobre presidente está gostando de ver tanta gente morrendo nos leitos dos hospitais, muitos até nas calçadas por falta de oxigênio?
Ao invés de se preocupar com a pandemia que mata milhares de brasileiros e brasileiras todos os dias, o presidente prefere se preocupar com quem faz críticas ao seu governo – um exercício nobre em qualquer democracia -, ocupando a Polícia Federal para investigar, perseguir e até mesmo prender quem o critica nas redes sociais, um verdadeiro ataque à liberdade de expressão.
O senhor Bolsonaro precisa tomar postura de um chefe de nação e trabalhar em conjunto com os outros poderes e a sociedade civil pelo bem do Brasil. Chega de ameaças golpistas, chega de inoperância, presidente! De golpe, basta o de 64, que jamais sairá de nossa memória.
Um presidente que ignora a pandemia e manda prender quem o critica não é digno do cargo que ocupa.
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