Professores e servidores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão contestando a nomeação do professor Valter Joviniano para a Reitoria da instituição federal e querem nova eleição para reitor da UFS. Para discutir o tema em questão, o jornalista Rosalvo Nogueira entrevistou nesta segunda-feira (22), no Programa Boa Noite Brasil, no Hora News TV, canal do jornal digital Hora News no YouTube, os professores David Soares e Denise Albano, que avaliaram os impactos dessa nomeação e uma ação que aguarda decisão da Justiça.
Os dois entrevistados também foram candidatos ao cargo de reitor. O professor David (chapa 1) protocolou uma denúncia administrativa no Ministério da Educação e Cultura (MEC), via Controladoria Geral da União (CGU), e a professora Denise (chapa 2), que completa 25 anos ensinando Direito na UFS, uma denúncia judicial, através de uma ação popular.
“Essa minha ação popular foi interposta uma semana antes da fatídica eleição dia 15 de julho ano passado, onde eu indicava que havia uma ausência de normas de clareza das regras dessa eleição. Eu abordava o descalabro de um reitor em conduzir o processo onde tinha o seu candidato, escolhido a dedo […] e um comissionado, indicado para cuidar da sala virtual de votação”, afirmou professora Denise, salientando que a UFS é uma caixa preta.
Ainda segundo ela, não houve nem a inscrição de chapa e o professor Valter nunca participou de nenhum debate. A sua manifestação é por um processo limpo, com respeito a democracia.
“A justiça ainda está analisando esse processo. Ninguém aqui lutou para chegar à reitoria de qualquer jeito […] As nomeações que estão saindo para compor a equipe administrativa do professor Valter, são de pessoas do mesmo grupo que o ex-reitor liderava. Não foi à toa que ele buscou esse apoio esdruxulo e esquisito da dupla de ex-pastores da Universal (ex-deputados federais Jony Marcos e Heleno Silva, do partido Republicanos). É lastimável que o professor Valter chegue à reitoria pelos braços desses dois líderes, tutelado pelo ex-reitor Ângelo”, conclui.
O professor David Soares, também insatisfeito com toda a polêmica que envolve a UFS, reforçou a ausência de requisitos básicos durante o processo da eleição.
“Ele [Valter] se nega em apresentar seu projeto de universidade. É grave, porque todos nós, professores, alunos e servidores queremos ter a orientação do futuro com base nesse projeto. É o mínimo que se espera de um candidato quando se lança de forma plena. Além disso, não houve uma postura dialógica, nenhum debate. Eu até suponho que foi tudo premeditado, porque desde o princípio houve a possiblidade de inscrições de chapas e, desde aquele momento, isso nunca foi feito, menosprezando o alunato, os servidores e mais diretamente, os colegas professores. Também suponho que o presidente esteja mal informado”, explicou.
Ambos afirmaram que o ex-reitor fez tudo isso pensado e de forma horrenda, provocando uma crise de instabilidade institucional.
“O alunato não suporta esse tipo de conduta na academia, os professores se sentem desprestigiados, porque não exerceram o voto e os servidores não tiveram nenhuma demanda ouvida. Não tem nenhum ato dialógico com a academia […] Precisamos superar essa forma oligárquica de sucessores reitores na nossa universidade”, ressaltou o professor David.
Por sua vez, a professora Denise concluiu que “eles querem é se perpetuar no poder, para que a UFS se transforme em um espaço privado para os interesses pessoais dele, de autopromoção, de apadrinhamento que eles fazem. É lamentável que esse grupo chegue ao poder novamente, usando essas manobras deploráveis. As panelinhas da UFS precisam deixar de existir […] A questão da reitoria não podia ter entrado nesse varejo político”.
Por Redação
Foto: UFS/Divulgação
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