A saúde pública em Sergipe parece não ser prioridade por parte do governo do estado. Um dos projetos que previa serviço de referência em atendimento rápido à população por meio de triciclos durou pouco tempo. É o caso do “Anjos da Guarda”, que seria um projeto humanitário com a finalidade de levar medicamentos a casa dos pacientes, evitando que eles se deslocassem até o Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case). Os veículos que deveriam estar atendendo à comunidade carente simplesmente viraram sucatas.
Em março de 2018, a Secretaria de Estado da Saúde, comandada por Almeida Lima, adquiriu 20 veículos triciclos para fazer o transporte de medicamentos até à residência de pacientes idosos ou com alguma deficiência física. Porém, os veículos que deveriam estar transportando medicamentos até a casa dos pacientes com dificuldades de locomoção estão em um estacionamento do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) se transformando em sucatas.
Fotos tiradas por um fotógrafo amador mostram triciclos e ambulâncias abandonados no estacionamento para veículos velhos ou com problemas de mecânica. Além de pneus estourados e ferrugens na lataria, alguns triciclos estão com os motores defeituosos.
Para o ex-secretário estadual de Saúde, Almeida Lima, é desumano o descaso do governo para com a saúde dos mais pobres. Ele afirma que o projeto foi abandonado pelo governo por deboche ao seu trabalho a frente da Secretaria.
“Trata-se de uma ação desumana do governo Belivaldo/Eliane praticada contra o povo pobre. Os triciclos são do Projeto “Anjos da Guarda”. Um projeto humanitário que visa levar medicamentos nas casas dos pacientes. Sabe-se que muitos pacientes são idosos ou com dificuldade ou impossibilidade de locomoção e, nem sempre, eles voltam pra casa devidamente atendidos, o que é um tratamento desumano e cruel. Tudo isso por picuinhas contra mim que criei o projeto”, denuncia o ex-secretário.
Os 20 triciclos adquiridos pela gestão de Almeida Lima na Secretaria de Estado da Saúde são equipados com carroceria – tipo baú – para levar em domicílio medicamentos e equipamentos que auxiliam na locomoção de pacientes, como órtese, prótese, andador, cadeira de rodas e muletas. Com recursos próprios, o Estado investiu R$ 499 mil e 800 na compra dos veículos.
Revoltado com o abandono do projeto “Anjos da Guarda”, o ex-secretário afirma que o governador Belivaldo Chagas atrapalhou a gestão da saúde. Ele cita o caso da nefrologia que se tornou referência para o país e da economia milionária proporcionada ao Estado com o aluguel do Centro Administrativo da Saúde.
“Mas você tá pensando que era só a carreta de câncer? Aquela história da nefrologia, oito dias depois estava funcionando, sendo o serviço interno de nefrologia melhor do país. Ou seja, seis meses depois já colocou em dia todo o atrasado do HUSE. Agente fez um centro administrativo desse com R$ 2,5 milhões de economia por mês”, diz Almeida, acrescentando que mesmo estando concluída, o governador não coloca a Maternidade Hildete Falcão para funcionar, causando sofrimento as parturientes.
“A Maternidade Hildete Falcão está pronta e ele não botou pra funcionar. As parturientes chegando e tendo criança no meio da rua. Isso por que eu fiz. Esse cara atrapalhou tudo, rapaz”, desabafa Almeida Lima.
Por Redação Hora News
Fotos: SES/Arquivo/Divulgação
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