Tentativa de nova rebelião em presídio de Aracaju é contida

Após quase 27 horas da rebelião que terminou na tarde da segunda-feira (16), o clima no Complexo Penitenciário Advogado Antonio Jacinto Filho (Compajaf), no Bairro Santa Maria, em Aracaju (SE), ficou tenso na madrugada desta quarta-feira (18), com o indício de mais um motim. Um preso foi espancado na ala C por volta das 2h e houve ameaça de nova rebelião. O tumulto foi contido pelos agentes penitenciários no início da manhã.

O presidente dos Agentes Penitenciários (Sindpen), Iran Alves, confirmou o tumulto e revelou que mesmo após o acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública que atendeu a 8 das 10 reivindicações, o clima permaneceu de revolta com os mesmos problemas no completo.

“A superlotação e falta de agentes continuam e nós lutamos pela moralização do sistema prisional. Consideramos que não é suficiente o trabalho dos terceirizados, é necessário reforço dos agentes concursados”, afirma.

A rebelião no presídio foi iniciada por volta das 14h do domingo (15), durante o período de visitação. Os 470 presos fizeram 128 visitantes de reféns, entre eles, três agentes penitenciários.

Entre as reinvindicações estavam: Transferência de presos para outros complexos penitenciários; demissão de uma servidora; ampliação da programação televisiva; melhorar o tratamento com as mulheres que visitam o complexo; aceleração dos processos dos réus; garantia da integridade física; agilidade nos procedimentos médicos e apuração dos maus-tratos.

“Boa parte das reivindicações feitas pelos rebelados é pertinente ao Poder Judiciário. Nós atendemos tudo que é possível e razoável e vamos, inclusive, apurar denúncias feitas por eles de possíveis maus-tratos. Mas não haverá a saída da direção do Compajaf, como eles [os presos] solicitaram, ou da administração privada Reviver. Entre outras reclamações constam a rigidez do regime disciplinar, com cumprimento de horários e comportamento, mas é algo que só contribui para a segurança e a ressocialização com dignidade”, acrescentou João Eloy.

Cinco presos foram transferidos para presídios de Nossa Senhora da Glória e Tobias Barreto após o fim da rebelião. As denúncias feitas pelos presos foram encaminhadas ao secretário de Estado da Justiça, Benedito Figueiredo, ao secretário de Estado dos Direitos Humanos, Luiz Eduardo Oliva e ao promotor de Justiça Luiz Claudio Almeida dos Santos, da 7ª Vara Criminal, para investigação.

Fonte: G1/SE

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