Nos últimos meses, os sergipanos, assim como todos os brasileiros, têm sido surpreendidos com o aumento do preço dos combustíveis. A combinação de dólar alto e de aumento da cotação internacional do petróleo tem pesado no bolso no consumidor, como num efeito cascata, refletindo no preço final. Nem nos piores pesadelos se imaginava que o preço dos combustíveis chegaria a este patamar em tão pouco tempo.
Gasolina quase R$ 6 em Sergipe. Com base nisso, o economista Idalino Souza analisou os efeitos desses sucessivos reajustes para a economia. Ele foi o entrevistado desta quinta-feira (11) no Programa Boa Noite Brasil, no Hora News TV, canal do jornal digital Hora News no YouTube.
Foram diversos aumentos dos preços da gasolina e do diesel que são cobrados em suas refinarias, o último foi essa semana. Antes disso, em 1° de março, 18 de fevereiro, 8 de fevereiro, 26 de janeiro e 18 de janeiro, dias em que apenas o preço da gasolina foi reajustado.
Segundo Idalino, um dos problemas está na dificuldade, por parte do presidente Bolsonaro, em indicar alguém para presidir a Petrobrás. E, relembra que “uma das medidas defendidas pela privatização das estatais é tirar esse aspecto político dessas empresas, porém, apesar de ser uma empresa de capital aberto, ela tem ainda uma entrada politica muito forte [..,] uma empresa de grande reputação no mercado internacional, o descrédito dela não é só ruim para ela, como para o país também”.
E quando questionado sobre a redução do ICMS, ele foi enfático: “Se o Governo do Estado reduzisse o imposto, não resolveria o problema, pelo contrário, vai trazer prejuízos para o Estado e para a população, porque com o dinheiro da arrecadação desse imposto é que o governo consegue investir na saúde, na educação, infraestrutura e etc”.
“Exportamos também o etanol, mas quem dita os preços do nosso etanol é o petróleo. Toda vez que a gasolina sobe há uma política de atrelamento, onde o etanol também sofre reajuste, e fica caríssimo, porque o consumo dele é mais alto”, observa.
Segundo ele, tem como mudar essa política, sem dá prejuízo. A Petrobrás produz 90% do petróleo e importa 10%. Nesse ponto, o economista apontou que “seria possível adotar um imposto flexível numa faixa até determinado momento, manteria sua arrecadação e, consequentemente, tornava mais barato o preço do combustível na bomba, assim pelo menos dava uma segurada para que não haja esses aumentos exorbitantes, como já aconteceu de janeiro para cá, que já supera quase 20% de aumento”.
Sobre os investimentos da empresa no lado social, Idalino afirmou que “um dos preceitos da Petrobras é investir no social; ela tem fundações, ela patrocina, tem os royalties, por exemplo, que ajudam muitos municípios, onde a Petrobrás tem sua exploração de petróleo e seus negócios, então, a empresas investe no social e o Governo Federal, através dos recursos dela e do lucro que ela proporciona, investe no social”.
Por Redação
Fotos: Hora News TV
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