Defender a moralidade pública na teoria é o que muitos políticos fazem em Sergipe e no Brasil, mas na hora de exercer o moralismo o discurso geralmente muda, ainda mais quando se trata de mais dinheiro na conta bancária.
Foi divulgada em redes sociais e em grupos de WhatsApp, nesta quarta-feira, que a recém-empossada prefeita de Riachão do Dantas, Simone Andrade, estaria recebendo dois vencimentos por mês, o de professora da rede estadual de ensino e o de prefeita da cidade.
Como professora da rede estadual desde 2004, ela tem direito a um salário bruto de pouco mais de R$ 4.500. Já como prefeita, o salário sem os descontos previstos em lei é de R$ 24 mil. Juntando as duas remunerações, a prefeita receberia quase R$ 30 mil por mês.
Porém, a gestora pública garante que a informação não procede e que desde que assumiu o comando da administração municipal deixou de receber o salário de professora estadual.
“Entrei com licença em setembro por causa do cargo político, inclusive, ontem entrei em contato com a DR2 e ainda não foi emitida a portaria, já que tem todo o trâmite. Já saiu da PGE, está indo já para a SEAD para a SEPLAG divulgar a portaria, mas já está na iminência da portaria sair. Tenho todo o meu processo de protocolo dado entrada e não estou recebendo nenhum vencimento. Tenho meus extratos das contas todas sem nenhum vencimento do estado. É porque as pessoas, infelizmente, só pensam em maldade. Ver o contracheque lá, não procura saber dos fatos e começam a deturpar. Estou tranquila, porque é uma informação que não procede. Muito feliz por vocês terem entrado em contato comigo, Jornalismo ético se faz dessa forma. Agradeço muito pelo Jornalismo responsável que vocês fazem”, reconhece a prefeita em entrevista ao Hora News.
Durante a campanha de prefeita, Simone Andrade, que é militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), criticava os altos salários nos três poderes do serviço público, inclusive chegou a fazer referência ao vencimento de prefeito, o taxando de desproporcional a realidade dos trabalhadores do município, um dos mais pobres de Sergipe.
“O nosso município é muito pobre e nossa população é carente e depende muito da ajuda do governo federal. Por isso, acho que o salário de prefeito é muito alto, não é justo que ela tenha um salário desse enquanto o restante da população passa por enormes dificuldades. Acho que um prefeito deve ganhar bem, até por sua responsabilidade, mas quando o município é rico e sua população vive bem, mas este não é o caso de Riachão. Espero que ela dê o bom exemplo”, diz um morador ao Hora News que prefere não ser identificado.
Como prefeita, Simone Andrade recebe salário bruto de R$ 24 mil, mas com os descontos previstos em lei o salário cai para pouco mais de R$ 17 mil. Já o salário bruto do vice-prefeito, cargo que na prática só funciona na ausência do titular, é de R$ 16 mil por mês.
Por Redação
Fotos: Divulgação
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