Sífilis: 900 mulheres foram diagnosticadas e 500 crianças nasceram com a infecção

Aracaju registrou, em 2020, cerca de 900 casos de mulheres com diagnóstico de sífilis. Pelo menos 500 crianças nasceram com a infecção adquirida durante a gestação ou no parto. Os números foram apresentados pelo médico Almir Santana, coordenador do Programa Estadual de DST/Aids, durante a live de encerramento da série “Mulheres que Inspiram”, promovida pela Universidade Tiradentes. 

“Muitas vezes isso acontece porque o pré-natal não foi feito corretamente ou, em caso de diagnóstico, o tratamento não foi feito”, esclarece.

Em uma conversa franca e direta, Almir Santana chamou a atenção das mulheres que planejam engravidar.

“Antes disso façam os exames, junto com os parceiros, porque o diagnóstico do homem é importante”, salienta.

O médico com especialização em saúde pública alertou para a perigosa combinação entre cigarro e anticoncepcional.

“Há risco de aumento de varizes, distúrbios circulatórios e de infarto”, observa.

Com foco na saúde da mulher, a palestra abordou ainda métodos contraceptivos e violência.

Almir Santana em live da UNIT que abordou a temática (Foto: Amália Roeder)

“A violência não é somente aquela que causa escoriações. Quando a mulher aceita ter uma relação sexual, sem vontade, isso também é violência. A mulher precisa se cuidar. A camisinha ainda é o método mais eficaz para evitar uma gravidez e seguro contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)”, explicou o médico.

Dados apresentados pelo especialista que há 40 anos acompanha os casos de AIDS no Estado indicam que, há alguns anos, a proporção de homens infectados pelo vírus HIV era de 16 homens para uma mulher. Hoje, a relação é de 2 homens para uma mulher.

“O autocuidado é fundamental para os dois lados. Toda pessoa sexualmente ativa, deveria fazer o teste pelo menos uma vez ao ano, casada(o) e solteira(o), sem exceção. O diagnóstico precoce é importante para o início imediato do tratamento e, consequentemente, mais qualidade de vida para o paciente”, orienta.




Por Amália Roeder
Foto: Agência Brasil

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