Fala-se muito, mas se faz pouco sobre municipalismo em Sergipe. A despeito de qualquer justificativa sobre avanços nesse sentido é preciso chamar a sociedade civil para dar atenção ao que realmente falta nas cidades do nosso estado.
Quando se vê notícias acerca de estados como Bahia, Pernambuco, Maranhão, Ceará e Piauí (todos do nordeste) e vemos que há regionalizado de serviços de saúde, segurança pública e assistência social me pergunto qual a razão de não termos isso também em terras sergipanas.
Talvez o fato de os recursos de financiamento serem muito menores ou insuficientes? Parece-me que existe uma convergência inquietante entre ser o menor estado do país e pensar pequeno.
O evento denominado “Sergipe é aqui” mobiliza vários serviços e órgãos estaduais e tem sua óbvia importância sim, além de mostrar as pessoas dos municípios quem são nossos secretários (as) e chefes (as) de agências e autarquias, legisladores (as) e o governador, mas para um observador mais preocupado com as dificuldades de quem precisa de um documento, um serviço da SSP e até um parto e tem que se deslocar até Aracaju.
Nem todos os municípios tem a estrutura de um Lagarto ou Itabaiana, as rodovias estaduais não são as estradas dos nossos sonhos (algumas piores que as outras) e nem todo mundo pode se deslocar.
A ausência do pleito da descentralização dos serviços estaduais pelo interior do estado só perde em crueldade para a linha de atuação que defende a entrega do financiamento do ensino fundamental para nossas cidades – quem vive nelas sabe que faltam coisas básicas do cotidiano – quem dirá manter um nível de ensino.
Se “Sergipe é aqui”, mas aqui e acolá nos deparamos com as limitações do Estado no interior e precisamos resolver mais os problemas dos munícipes do que dos ditos políticos municipalistas.
Precisamos de gente que pense grande para os pequenos e não de gente que se considera grande que pense pequeno e a curto prazo.
Francisco Emanuel Silva Meneses Alves é cientista social, articulista político e professor.
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