Sentindo falta

De que lugares os sergipanos mais têm sentido falta durante o isolamento social? Pesquisa realizada pela Blue Pesquisas, a partir da base de cadastrados do portal sergipano Traz a Conta, revela que, com a resposta
“sinto falta”, as opções mais escolhidas foram: Restaurante (48%), Shopping (34%), Praia (32%), Food Park (31%), Salão de Beleza e Casa de Amigos (29%), Cinema (28%) e Academia (25%). Para a resposta “sinto muita falta” as opções Casa de Familiares (58%) e Casa de Amigos (53%) foram as mais votadas seguidas de Praia (32%) e Happy Hour (27%).

A ERA DAS VIDEOCHAMADAS

Cada vez mais populares como forma de matar a saudade de familiares ou amigos e para os contatos profissionais de quem está trabalhando na modalidade home office, a realização de videochamadas tem crescido de maneira expressiva.

A pesquisa independente “Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de apps no Brasil”, realizada pelo site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções em pesquisas Opinion Box, revela que 88% dos internautas
brasileiros com smartphone já realizaram uma videochamada com o aparelho. A prática é mais comum entre as pessoas de 16 a 49 anos (90%) do que entre aquelas com 50 anos ou mais (81%). Daqueles já realizaram
videochamadas pelo smartphone, 52% afirmam que o hábito aumentou desde a quarentena.

APLICATIVO MAIS USADO

Quando perguntados sobre que app tem sido usado com mais frequência para realizar videochamadas, o WhatsApp aparece em primeiro lugar, citado por 80% dos usuários. O Zoom aparece na segunda posição com 8%
seguido do Hangouts, Messenger e Skype com 3% cada um.

ZOOM

Muito usado para reuniões corporativas e treinamentos online, o Zoom se tornou cada vez mais acessado para videochamadas pessoais, transmissões de eventos religiosos e aulas particulares, desde que começou a pandemia. No final do primeiro trimestre deste ano, a Zoom Video Communications, empresa responsável pelo serviço sediada em San José no Vale do Silício, tinha aproximadamente 265.400 empresas, com pelo menos dez funcionários cada, pagando pelo uso do serviço. Entre janeiro e março, a empresa californiana aumentou sua receita em 169%, para mais de 328 milhões de dólares, e obteve lucro de US$ 27 milhões. A cifra representou um aumento de 354% com relação ao ano passado, segundo a empresa.

PROBLEMAS DE SEGURANÇA

Com o crescimento maciço e repentina de novos usuários o Zoom teve problemas de segurança e revelou falhas na gestão de dados confidenciais. As falhas de privacidade, que incluíam a possibilidade de invasores conseguir acessar a câmera e o microfone de usuários, bem como os conteúdos das reuniões realizadas por meio do app levaram o departamento de tecnologia da a ANVISA, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um dos órgãos públicos na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a proibir o uso da ferramenta de videoconferência.

O escritório da procuradoria-geral de Nova York também a investigar as práticas de segurança e privacidade da empresa e em maio foi feito um acordo com o grupo proprietário do Zoom para melhorar a proteção em sua plataforma contra as ameaças de cibersegurança. Por outro lado, o Zoom lançou recentemente uma fundação filantrópica que começou a doar a associações locais e internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

RELAÇÃO PERIGOSA

De acordo com o presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Frederico Fernandes, quem fuma, ao entrar em contato com a Covid-19, torna-se ainda mais vulnerável, com 45% mais chances de sofrer
complicações de saúde pois o cigarro aumenta a produção de uma célula que facilita a penetração do coronavírus nos pulmões, favorecendo a infecção e aumentando os riscos de complicações com a Covid-19.

MAL QUE VEM PARA UM BEM

Pesquisa realizada pelas faculdades de Fisioterapia e Medicina da Unoeste aponta que 56,2% dos fumantes brasileiros diminuiu o uso de tabaco e derivados no período da quarentena. O estudo também mostrou que
apesar de 46% dos brasileiros tabagistas relataram mais vontade de fumar durante o período, 42% disseram estar mais motivados para parar de fumar na pandemia.

“Um ponto interessante é que uma boa parcela dos fumantes está enxergando a pandemia como uma motivação para deixar o hábito de fumar”, destaca a professora de Fisioterapia, Ana Paula Coelho Figueira Freire, uma das coordenadoras do projeto.

FUMAÇA MORTAL I

O tabaco contém mais de 4,5 mil substâncias tóxicas e mais de 90 substâncias cancerígenas. A pessoa que fuma tem maiores chances de desenvolver uma série de problemas relacionados ao tabagismo, como câncer, doenças cardiovasculares, respiratórias e psiquiátricas. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde, no Brasil, 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência a nicotina. Das mortes anuais causadas pelo uso do tabaco: 34.999 mortes correspondem a doenças cardíacas; 31.120 mortes por DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); 26.651 por outros cânceres; 23.762 por câncer de pulmão; 17.972 mortes por tabagismo passivo; 10.900 por pneumonia; 10.812 por AVC (acidente vascular cerebral).

FUMAÇA MORTAL II

Especialistas alertam que tradição junina de acender fogueiras e soltar fogos deve ser evitada nesse São João por conta da pandemia do novo coronavírus e do risco de desencadear doenças respiratórias e crises alérgicas. A fumaça de fogueiras juninas pode agravar a saúde de paciens que já tiveram covid-19. Segundo a médica pneumologista Larissa Voss Sadigursky, pacientes que passaram por algum tipo de infecção viral ou bacteriana, incluindo a Covid-19 e pneumonia, ainda podem estar com o pulmão comprometido e em recuperação.

Em Aracaju, o governo municipal recomenda que população evite acender fogueiras e queimar fogos de artifício durante o período junino evitando os riscos relacionados a problemas respiratórios e consequente superlotação
da rede hospitalar. A infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) Fabrízia Tavares alerta: “Dar margem para a fragilização do sistema respiratório de pessoas não só dos grupos de risco, mas também saudáveis, faz com que mais cidadãos possam precisar das unidades que recebem os casos suspeitos e confirmados de covid-19, o que aumenta a chance de contaminação”.

QUAL É O NOSSO PROBLEMA?

Morto há 10 anos, Howard Zinn foi um historiador, dramaturgo, cientista político norte-americano e figura proeminente nos movimentos pacifista e anti-guerra, bem como na defesa dos direitos e liberdades civis. É com um trecho de um de seus textos que encerro a coluna desta semana e convido o leitor a uma reflexão sobre o destino de nossa nação.

“A desobediência civil não é o nosso problema. Nosso problema é a obediência civil. Nosso problema é que as pessoas ao redor do mundo obedeceram às ordens de seus líderes e milhões foram mortos por causa desta obediência. O nosso problema é que as pessoas ao redor do mundo são obedientes diante da pobreza, da fome e da estupidez, da guerra e crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as prisões estão cheias de pequenos ladrões e os grandes ladrões estão governando o país”.


Murilo Lima é analista comportamental, coach e especialista em gestão de empresas e empreendedorismo. Possui também formações em desenvolvimento de líderes, desenvolvimento estratégico e gestão da criatividade e inovação. Atualmente é gerente comercial da Jovem Pan Aracaju e mentor voluntário da ONG Projeto Gauss. 

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