Senador Rogério Carvalho ressalta necessidade de punição a todos que atentaram contra a democracia

Na tarde desta segunda-feira, 02, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) concedeu uma entrevista aos jornalistas Diego Sarza, Leonardo Sakamoto e Raquel Landim, do portal UOL, e abordou temas relevantes do cenário político e econômico do Brasil e do mundo, incluindo os desdobramentos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros assuntos de grande repercussão nacional.

Ao comentar sobre as recentes repercussões relacionadas a Bolsonaro, o senador destacou a importância da responsabilização na Justiça pelos atos antidemocráticos. Rogério Carvalho relembrou a tentativa de ruptura institucional no país e a violência registrada no dia 08 de janeiro de 2023.

“Nós esperamos que os responsáveis sejam punidos. Vimos de uma história marcada por um século de golpes militares que definiram o século XX no Brasil, e até mesmo no final do século XIX já enfrentávamos golpes. Tivemos o de 1964 e agora presenciamos uma tentativa objetiva de abolir o Estado Democrático de Direito. Bolsonaro participou dessa tentativa, inclusive disposto a recorrer à violência — que, felizmente, não teve ambiente para se consolidar — culminando no episódio do dia 8 de janeiro”, afirmou o senador.

Já sobre questões ligadas à uma movimentação antidemocrática que pede anistia aos indiciados da Polícia Federal, Carvalho enfatizou que o momento não é propício para discussões que possam isentar os envolvidos de punição.

“Participei da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que oferece acesso facilitado às informações, e acredito que não há como falar em anistia neste momento. Não há clima, nem ambiente, sobretudo com os fatos sendo revelados sobre o que foi chamado de ‘intervenção golpista’ ou conspiração golpista”, ressaltou.

O senador também destacou a postura do Senado Federal em relação ao tema.

“No Senado, temos uma maioria contra a anistia. Durante as discussões de apoio à eleição de Alcolumbre, por exemplo, o PT deixou claro que uma das condições era ser contra a volta da anistia no Senado Federal. Atualmente, temos cerca de 18 senadores de extrema-direita, número que já chegou a 22. Contudo, o restante, mesmo sendo conservador, demonstra maior consciência e defesa da democracia. Em diversos momentos, a extrema-direita acabou isolada”, revelou.

Reformas e o Papel do Legislativo

Carvalho ainda abordou os desafios das relações entre Senado e Câmara, destacando questões como a reforma tributária e o papel do Legislativo.

“Sobre a preocupação de a Câmara modificar os textos aprovados no Senado, isso sempre existe. Temos enfrentado problemas nessa direção. Por exemplo, na questão do Crédito de Carbono, a Câmara alterou o projeto para transformá-lo em algo que reduz o papel do Senado a mero órgão revisor. Essa preocupação é constante. Acredito, no entanto, que o presidente Pacheco já tenha dialogado com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para evitar que boa parte do trabalho feito no Senado seja descartada”, disse.

Ele acredita que o Congresso pode chegar a um consenso ainda neste ano.

“Existe a possibilidade de um equilíbrio neste momento, o que evitaria atrasos na reforma tributária. Assim, podemos ter um acordo para encerrar o ano com as duas Casas aprovando essa reforma crucial antes da mudança das presidências”, relatou.

Impactos globais e a eleição de Donald Trump

Outro ponto abordado na entrevista teve relação à eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, onde o senador demonstrou preocupação com as consequências econômicas e políticas do retorno do republicano ao poder.

“Sobre Donald Trump, ele é muito explícito em suas intenções, mas também blefa bastante. A questão que devemos fazer é: quem perde mais — os Estados Unidos ou os países que cogitam adotar uma nova moeda no lugar do dólar? Nem Trump fará o que promete, nem Lula e os países dos BRICS deixarão de avançar no debate sobre uma moeda própria”, assegurou.

Privilégios dos militares

O senador também aproveitou a ocasião para criticar os privilégios previdenciários dos militares brasileiros em contraste com a realidade da maioria dos trabalhadores.

“Houve tensão em relação ao aumento do benefício previdenciário e do salário mínimo. Enquanto isso, os militares mantêm aposentadorias privilegiadas, com idade mínima até dez anos inferior à dos civis (72 anos, em média). Esses privilégios refletem a influência desproporcional que os militares sempre tiveram na história da República do Brasil”, reforçou.

“Acredito que o governo foi bondoso com eles, podendo ter ido além nas mudanças, inclusive no diálogo com o Judiciário e outros setores”, concluiu.




Por Assessoria de Imprensa
Foto: Júlio Adriano

Comente

Participe e interaja conosco!

Arquivos

/* ]]> */