Durante a reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos terroristas que ocorreram em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) fez declarações contundentes contra o tenente-coronel Mauro Cid, acusado de envolvimento com a organização e execução dos atos antidemocráticos.
Preso pela Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid enfrenta uma série de acusações graves, incluindo tentativa de golpe, fraudes em cartões de vacinação e pagamentos não declarados de contas do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares.
Documentos encontrados em seu celular pela Polícia Federal também revelam indícios de seu envolvimento na organização dos atos antidemocráticos, assim como conversas que o relacionam ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “As forças armadas brasileiras investem intensamente em seus quadros, formando profissionais altamente competentes e com qualidades notáveis, o que deveria encher os brasileiros de orgulho. No entanto, infelizmente, estamos diante de uma situação que contraria essa regra”, disparou Rogério.
“O tenente-coronel Mauro Cid, além de estar sob investigação por fraudes em cartões de vacinação e por supostamente agir para beneficiar a família do presidente Bolsonaro ao tentar obter joias destinadas à República Federativa, também desempenhou um papel ativo na organização dos atos ocorridos em 8 de janeiro”, acrescentou.
Por conta disso, no entendimento de Carvalho, é “inadmissível que um indivíduo como Mauro Cid, que possui uma relação tão próxima com o presidente Bolsonaro, possa representar e homenagear o Exército Brasileiro”. “Ao longo dos quatro anos de governo, ele não apenas participou dos eventos que levaram ao caos em 8 de janeiro, mas também contribuiu para a disseminação de informações falsas por meio das redes sociais. Além disso, sua falsificação de um cartão de vacinação reforça a tese de que o presidente Bolsonaro cometeu o crime de epidemia, resultando na morte de mais de 400 mil pessoas. O impacto causado por Bolsonaro durante essa pandemia é indiscutível”, afirmou.
“Tudo o que está envolvido e foi orquestrado por vossa excelência para a realização dos atos de 8 de janeiro teve o respaldo do ex-presidente Bolsonaro”, completou.
Marielle Franco
Ainda durante seis questionamentos, o senador Rogério Carvalho trouxe à tona o fato de que o tenente-coronel Mauro Cid teria informações sobre quem seria o autor do atentado que culminou na morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018.
Dentro desse tema, Carvalho perguntou sobre o papel de um servidor das forças armadas em não contribuir com as investigações. “É ético permitir que alguém que possua informações sobre o assassinato de Marielle Franco fique em silêncio?”, indagou.
Assim como ocorreu com todos os demais parlamentares, o tenente-coronel Mauro Cid não respondeu a nenhum dos questionamentos.
Por Assessoria de Imprensa
Foto: Daniel Gomes
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