Na manhã desta quarta-feira, 21, durante um debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que discutia as novas regras do novo arcabouço fiscal, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) fez duras críticas ao Banco Central, apontando diversas falhas na política de taxação de juros no Brasil.
De acordo com o senador Rogério Carvalho, o Banco Central tem cometido erros ao lidar com a taxação de juros, resultando na falta de redução da dívida pública brasileira e prejudicando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Segundo ele, é necessário retomar um debate importante sobre a dívida pública brasileira, destacando que parte dessa responsabilidade recai sobre o Banco Central. Deste modo, o senador enfatizou: “Se a nossa dívida pública hoje é 72%, o Banco Central é responsável por 11% dessa dívida pública”.
Rogério Carvalho também apontou que existem instrumentos disponíveis para solucionar essas questões.
“Existem os instrumentos para resolver e não tem resolvido. Querem substituir operação compromissada da dívida de curto prazo para fazer gestão de liquidez interbancária e, assim, fazer gestão monetária. Portanto, se o Banco Central tivesse cumprindo esta tarefa, a nossa dívida pública hoje poderia estar beirando os 60%”, criticou.
O senador informou que a dívida pública não é apenas uma questão fiscal, mas também possui implicações monetárias.
“A outra questão é que dívida pública nessas condições atuais não é só uma questão fiscal, pois tem uma dimensão monetária como expliquei de forma objetiva. Desse modo, o Brasil teria hoje uma dívida pública de 61% do PIB”, revelou.
Carvalho acredita que, caso o país alcance um crescimento de 2,5%, mantendo o investimento público e o crescimento econômico de forma linear, a relação dívida/PIB poderá diminuir.
“Se tivermos crescimento de 2,5%, como está previsto, essa relação da dívida/PIB vai diminuir. E se a gente mantém o investimento público e o crescimento econômico de forma linear, com a possibilidade que o novo arcabouço fiscal traz para que haja investimento público, para que haja possibilidade de quebrar o ciclo, que é o ciclo de contração permanente da economia, nós vamos ter crescimento do PIB, e, portanto, teremos uma redução da relação dívida/PIB”, explica.
No entanto, o senador ressalta a importância de compreender que trazer essa variável para dentro do arcabouço fiscal não depende apenas da autoridade fiscal, mas também da autoridade monetária, que possui autonomia.
“É fundamental que a gente entenda que trazer para dentro do arcabouço fiscal, trazer essa variável que não depende somente da autoridade fiscal e também da autoridade monetária, autoridade monetária essa que tem autonomia e que a gente está sofrendo com o preço da autonomia agora porque poderiam já estar ou já deveriam ter reduzido essa dívida pública”, ponderou.
“Eles conseguiram tirar R$ 80 bilhões só para poder equacionar a liquidez para os bancos operarem o Pix. Não fosse isso, não tinha reduzido nada através desse instrumento monetário que o Congresso Nacional aprovou. Por isso, nós defendemos o não ao destaque”, concluiu o senador Rogério Carvalho.
Por Assessoria de Imprensa
Foto: Daniel Gomes
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