Senador Rogério Carvalho alerta sobre os danos do isolamento social causados pela Braskem em Maceió

Na reunião da CPI da Braskem desta quarta-feira, 20, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) destacou a relevância dos depoimentos de Diego Bruno Martins Alves, Defensor Público da União, e Ricardo Antunes Melro, Defensor Público do Estado de Alagoas, ressaltando que as “contribuições deles foram fundamentais para o desenrolar das investigações sobre os impactos das atividades da empresa em Maceió”.

Durante oitiva, Carvalho pontuou, de maneira incisiva, sobre a “inação dos setores responsáveis” em relação a tudo que vem ocorrendo na capital alagoana, bem como a percepção de “indícios de conivência” em diversos aspectos.

“Estes anos todos, o que me chama atenção é que os órgãos de controle, nem estaduais nem federais, agiram, e há indícios de conivência total e absoluta das instituições ambientais e de regulação”, ressaltou o senador, referindo-se aos questionamentos levantados durante os depoimentos.

Desse modo, o senador expressou preocupação com a ausência de ações efetivas dos órgãos responsáveis diante dos problemas ambientais causados pela Braskem.

“Os órgãos ambientais e a própria ANM ou DNPM mantiveram em operação, em funcionamento, a produção de minério de forma ambiciosa, lesiva, que deu causa já de forma incontestável a essa tragédia territorial, geológica, ambiental, social, econômica e psíquica para mais de 60 mil pessoas de uma cidade inteira”, disse.

Por essa razão, Carvalho enfatizou a necessidade de uma análise mais ampla sobre o sistema minerário brasileiro.

“Isso requer de nossa parte uma análise mais profunda. Não só sobre a Braskem, mas sobre todo o sistema minerário brasileiro, que é quem deve estar sob o olhar atento desta comissão”, sugeriu.

Isolamento social

Ao abordar os aspectos sociais da região afetada, o senador destacou a importância de um tratamento específico para os problemas enfrentados pela população de Maceió.

“Confirmamos, hoje, o que já tínhamos ouvido de outros convocados e em outras audiências, pois trataram do assunto não só do ponto de vista geológico, mas também do ponto de vista social, econômico, químico, mas principalmente social e econômico, que precisam ter um tratamento específico e um olhar específico para esse isolamento que essa tragédia mental provoca em Maceió e nesta região da cidade”, destacou.

“Esse isolamento social em determinados grupos populacionais que estão sofrendo precisa ter um tratamento. Além disso, há áreas que estão instáveis e não correm risco de afundamento e abertura de cratera, mas estão submetidas aos efeitos da movimentação de terra que está ocorrendo, da acomodação que está acontecendo na área atingida pela exploração de sal-gema na região”, concluiu.



Por Assessoria de Imprensa
Foto: Daniel Gomes

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