Pacientes em tratamento contra o câncer estão desesperados. Motivo da apreensão? Dois medicamentos para combater a doença estão em falta no Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse).
Os medicamentos Bleomicina e Dacarbazina não estão disponíveis na farmácia do hospital e os pacientes poderão ter o tratamento prejudicado em função da descontinuidade da terapia.
O paciente José Fonseca, de 33 anos, é um dos portadores do câncer linfoma de Hodgkin, que precisa dos medicamentos para manter o tratamento. Ele, porém, só recebeu até agora duas medicações, porque outras terapias foram interrompidas por falta dos outros medicamentos. São necessárias quatro medicações para que a quimioterapia seja eficaz.
“Isso está causando transtorno aos pacientes. Teve paciente que fez a quimioterapia com apenas as duas medicações que tinha lá por falta dessas outras, sendo que não tem bons resultados. Se eu tentar comprar e conseguir com bastante dificuldade o valor é altíssimo devido a Bleomicina ser uma medicação importada e não temos condições”, desabafa Shelega Lima, esposa do paciente.
Desesperada com a situação, a família do paciente José Fonseca ainda solicitou orçamento a uma empresa para tentar comprar os medicamentos, mas desistiu ao tomar ciência do preço de cada remédio: mais de 9 mil.
O linfoma de Hodgkin é um câncer raro do sistema imunitário reconhecido pela elevada taxa de cura, mesmo num estágio avançado. Grande parte dos casos são curados através dos tratamentos atuais.
A Bleomicina faz parte da terapêutica de primeira linha para pacientes de linfoma de Hodgkin em estágio avançado. Já a Dacarbazina é indicada no tratamento de melanoma maligno metastático. Além disso, é indicada na doença de Hodgkin, como uma terapia de segunda linha, quando em combinação com outros agentes eficazes.
Segundo o Hora News apurou, a Bleomicina e a Dacarbazina estão em falta por que a Secretaria de Estado da Saúde ainda não fez licitação para a compra dos medicamentos.
“O motivo é muito simples: falta de licitação. A Secretaria ainda não fez a licitação para comprar esses dois medicamentos, por isso que não tem aqui na Oncologia do Huse. Infelizmente, os pacientes estão tendo seu tratamento prejudicado por isso. E sem esses medicamentos eles correm risco de a doença ficar mais agressiva e piorar o quadro de saúde”, revela uma oncologista.
O Hora News tentou falar com a Secretaria de Estado da Saúde, mas não conseguiu localizar a secretária ou o responsável pelo setor de licitação.
Por Redação
Foto: Divulgação
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