Após matéria publicada no Hora News no dia de ontem, 11, com o título “Central de Regulação do SAMU virou um inferno para se trabalhar, denuncia funcionário”, o site recebeu um novo relato de outro servidor do órgão inconformado com as condições de trabalho de um serviço considerado essencial à saúde dos sergipanos.
De acordo com ele, a falta de atendimento ao turista que prendeu sua perna em uma passarela na Atalaia e de uma grávida que surtou após saber da morte do avô, é só um agravante do que vem ocorrendo no SAMU Sergipe sob o conhecimento da Superintendência. Segundo o servidor, basta ficar alguns dias na porta do HUSE, onde chegam as viaturas do SAMU com os pacientes vindos de todo o estado, para ouvir dos profissionais como as macas das viaturas ficam retidas dentro do hospital.
“É do nosso conhecimento que uma viatura chegou a passar 48h sem circular devido a maca presa dentro do HUSE”, denuncia.
“Eles ficam ali muito tempo tentando solucionar o problema, mesmo existindo uma equipe de profissionais a qual trabalha ali na base vizinho ao HUSE só para recolher as macas retidas dentro do hospital”, diz.
“Tem 35 macas do SAMU com pacientes aí dentro do HUSE, sendo que nesse momento que encaminho essa mensagem, oito delas são de viaturas ativas que deveriam estar no atendimento dos chamados da população e as outras 28 macas da logística, aquelas que deveriam estar resguardadas para o atendimento de múltiplas vítimas, mas estão aí dentro do HUSE com pacientes sendo utilizadas como leito hospitalar”, garante.
Afirma o servidor que essa situação provoca a demora das equipes chegarem aos locais solicitados, gerando revolta da população que necessita do atendimento em momento de sofrimento e stress.
“As pessoas nos xingam, nos ameaçam com suas filmagens de smartphones, ameaçam os médicos na regulação, que ficam coagidos a simplesmente despachar as viaturas para todos que solicitem o serviço. O SAMU se tornou um inferno para se trabalhar”, desabafa.
Aracaju conta com 11 viaturas, sendo oito básicas, três avançadas, duas motolâncias, que chegam primeiro na cena, sendo que alguns atendimentos não necessitam de remoção.
“O serviço ao qual amamos fazer está nos adoecendo. Trabalhamos em um momento difícil, com salários baixos e sem reajustes, com os bons profissionais procurando sair para preservar sua segurança e sua saúde mental. Muitos colegas adoecendo, pedindo afastamento do serviço com depressão. Já ocorreu até suicídio e outras tentativas de profissionais do serviço”, denuncia.
O servidor espera que o governador Belivaldo Chagas, que prometeu cuidar da Saúde com carinho, tome alguma atitude em relação ao SAMU, poupando a vida dos profissionais e dos sergipanos.
“O serviço precisa de uma injeção de vida, capacitações profissionais, reajuste salarial e um fluxo que funcione dentro do HUSE referente a essas macas que têm ficado muito tempo presas lá. A população precisa ter consciência dessa situação e cobrar mais do governo, por um serviço que já foi o melhor do país”, afirma.
Por Redação Hora News
Foto: Divulgação
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