Distante cerca de 40 km da capital aracajuana, Rosário do Catete comemora hoje, 12 de março, 185 anos de Emancipação Política. Com uma rica constituição histórica, os 12 mil habitantes, aproximadamente, teriam motivos de sobra para comemorar, se não fosse os últimos acontecimentos que marcaram os três primeiros meses de 2021 na cidade.
Localizada na região denominada de Vale do Cotinguiba, a cidade guarda fatos importantes que marcaram passagens na construção da memória histórica sergipana, como a Revolta de Santo Amaro e a assinatura do Decreto-lei de mudança da capital de São Cristóvão ao arraial de Aracaju, que aconteceu no engenho Unha de Gato, pertencente ao Barão de Maruim.
Também foi um dos municípios mais importantes na produção da cana-de-açúcar. No século XIX registrou-se 49 engenhos em atividade. No cenário político, nasceu nesta cidade nomes importantes como Augusto Maynard Gomes, Edelzio Vieira de Melo, Leandro Maciel, Luiz Garcia, todos ex-governadores do Estado.
Sendo assim, a cidade de Rosário do Catete, berço de um povo que engrandeceu o estado de Sergipe pela sua cultura, pela honradez e pelo trabalho, merece ter sua história conhecida e preservada, pois o maior patrimônio de um povo é a sua história.
Nesta data simbólica, é necessário uma reflexão sobre a verdadeira emancipação política de um povo nos dias atuais, com autonomia no âmbito político e social, e despertar a consciência coletiva das pessoas em relação as ações públicas da política municipal, ou seja, passados três meses da atual gestão, não se vê a efetivação dos serviços básicos como a iluminação de ruas e praças ou a coleta do lixo urbano. Infelizmente, o que constatamos é a extinção dos programas sociais, cidadãos passando fome e verdadeiros dramas na saúde.
Segundo moradores, não existe mais o controle sanitário para combater o coronavirus e os agricultores locais estão desolados com a desativação do prestigiado Banco de Alimentos da cidade, pioneiro no estado.
A verdadeira emancipação que o povo almeja é mais dignidade, onde os cidadãos possam disfrutar da independência para gozar da qualidade de vida e, principalmente, a transparência das informações, como gastos públicos e a correta aplicação dos seus recursos, que ainda é uma incógnita.
Foto: Leandro Correia/Divulgação
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