Na semana passada, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) participou da conferência Future Resilience Forum (FRF), em Londres, e, ao lado de diversos líderes mundiais, debateu sobre temas ligados à resiliência global em busca de cooperação para o enfrentamento de desafios relacionados à segurança energéticas, mudanças climáticas e migração de refugiados de países que passam por guerras e escassez de recursos.
Em sua participação, Carvalho comentou que o mundo vive “um tempo em que as pessoas abandonaram as causas e vivem em função de seguir alguém ou alguma personalidade devido a essa superconectividade ou à construção tecnológica à qual estamos submetidos”.
“E ainda persiste a ideia de que estamos caminhando em direção a uma cultura do cancelamento, o que é prejudicial para a construção do entendimento e o desenvolvimento do processo civilizatório da humanidade. Nós evoluímos da energia para a matéria, da matéria para a vida, da vida para a consciência dimensional e da consciência dimensional para a consciência histórica”, pontuou.
“Uma parte da humanidade possui a consciência histórica, que nos obriga a refletir sobre a maior conquista da humanidade decorrente dessa consciência histórica: a civilidade. Portanto, precisamos incentivar continuamente o processo de construção dessa civilidade em um fórum que busca a resiliência, que procura reformular a maneira como a sociedade se organiza para manter e avançar no desenvolvimento civilizatório. Precisamos debater alguns temas fundamentais que sejam de interesse global, independentemente da localização geográfica ou da sociedade”, acrescentou.
Neste aspecto, o parlamentar sergipano ressaltou que um desses temas, que deve ser priorizado, é a defesa da vida.
“E ela não se limita apenas à nossa própria vida, mas abrange a vida deste grande planeta que habitamos e viajamos pelo universo. Ela é essencial para garantir nossa sobrevivência, resiliência e a capacidade de restaurar o planeta para que possamos continuar a viver e viajar por ele. Naturalmente, quando falamos em defesa da vida, estamos abordando uma questão abrangente que engloba tecnologias, desde inteligência artificial até preservação ambiental e avanços na medicina e biociência”, explicou.
“Outra questão que a Europa ensinou ao mundo no pós-guerra e que não devemos ignorar é a inclusão por meio dos direitos. Desde o nascimento, cada pessoa carrega uma riqueza que se traduz em sua cidadania, garantindo direitos como liberdade, saúde, educação, moral e direitos sociais. Essa riqueza está presente em cada nação, em cada mãe e em cada família. É fundamental que esses direitos continuem a ser a base de uma sociedade resiliente em busca de autopreservação”, contextualizou.
”É preciso entender os processos da natureza humana”
Ainda em sua participação, o senador Rogério Carvalho discorreu sobre um tema que, em sua visão, precisa ser compreendido por todos para que, assim, problemas sejam minimizados.
“A natureza humana, como Freud afirmava, está sempre em busca de um objeto de desejo, e quando esse objeto é alcançado, a busca por outro objeto de desejo continua. Portanto, a imersão na natureza humana está intimamente ligada à livre iniciativa e à inclusão por meio da renda”, disse.
“Assim, devemos criar mecanismos que permitam que as pessoas empreendam e alcancem autonomia financeira, promovendo uma distribuição mais equitativa da riqueza. A tecnologia pode ser um instrumento tanto de exclusão quanto de inclusão, dependendo das escolhas políticas das nações”, complementou.
Defesa da democracia aliada às tecnologias
Um outro tema de extrema relevância, continuou Rogério, é o debate sobre a democracia, que muitas vezes é vista apenas como um meio para que as pessoas dominem setores da economia e do poder.
“No entanto, a democracia trata da igualdade, da possibilidade de um estado democrático em que as pessoas tenham as mesmas condições de acesso a bens e serviços, permitindo que todos participem da vida e contribuam para a construção de sua nação, cultura e tradições. Portanto, a defesa da democracia é crucial para que as nações possam determinar o rumo de seus países e comunidades”, afirmou.
“O mundo atual escolheu viver numa era de tecnologia, permitindo a comunicação em tempo real em qualquer lugar do planeta. Nesse contexto, o multilateralismo, o respeito e a autodeterminação dos povos são fundamentais para garantir a resiliência e a recomposição de nossa jornada civilizatória, essenciais para a preservação da vida e sobrevivência humanas, bem como para o avanço da consciência histórica e da dimensão de nossa existência”, ponderou.
Dessa forma, Carvalho destacou que é possível construir uma nova síntese civilizatória que seja orientada por valores fundamentais, como a defesa da vida, a inclusão por meio dos direitos, a inclusão pela renda, a democracia, a liberdade individual e o multilateralismo.
“Esses elementos são essenciais para manter e impulsionar o processo civilizatório da humanidade. Sem eles, toda a tecnologia e conhecimento disponíveis careceriam de um rumo claro. É hora de uma nova estética na organização dessas variáveis para criar uma sociedade mais civilizada”, ressaltou.
“A humanidade conquistou a liberdade individual, que inclui a autodefinição de gênero e a liberdade de exercer sua religião e cultura baseada em sua origem histórica e etnia. A liberdade individual é um ganho que não pode ser subestimado e todas as discussões apresentadas podem contribuir para consolidar as liberdades individuais como uma conquista civilizatória”, garantiu.
Defesa de direitos e garantias
Carvalho concluiu sua participação no Future Resilience Forum falando sobre o “encurtamento das distâncias por meio das conexões tecnológicas”, ressaltando, com isso, que a defesa de direitos e garantias da sociedade como um todo são obrigações de todos àqueles que têm a luta pela manutenção da democracia como prioridade.
“O mundo encurtou distâncias e estamos conectados em tempo real, independentemente de nossa localização geográfica. Portanto, o multilateralismo, o respeito e a autodeterminação dos povos são essenciais para garantir a resiliência e a recomposição do processo civilizatório da humanidade. Esses valores e discussões são cruciais para orientar a humanidade em direção a um futuro mais civilizado e promissor”, pontuou.
“Defender a vida, direitos individuais, democracia e inclusão de renda é construir um mundo mais justo e humano para todos. Vamos voltar a sonhar com o processo de civilidade”, finalizou.
Por Assessoria de Imprensa
Fotos: Divulgação
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