Rogério Carvalho diz que Braskem destruiu vidas e defende revisão da autorregulação no setor de mineração

Nesta terça-feira, 09, durante reunião da CPI da Braskem, que investiga a tragédia em Maceió, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) ressaltou a relevância dos depoimentos de Alexandre Sampaio e Cássio de Araújo Silva, representantes de associações de vítimas do desastre ambiental em Maceió, e do ex-procurador-geral de Alagoas, Francisco Malaquias de Almeida Júnior.

Para o senador, esses testemunhos foram essenciais para compreender plenamente os impactos dessa catástrofe na vida dos moradores e garantir que a justiça seja feita para as comunidades afetadas.

“Estamos vivendo um grande evento sentinela, e este caso expressa o tipo de pressão que a empresa exerceu de forma coercitiva para que as pessoas vendam seus imóveis”, disse.

“Ao começarmos esta CPI, tentaram passar a ideia de que seríamos domesticados. Houve, sim, domesticação no processo dos órgãos fiscalizadores que deviam atuar para evitar essa tragédia, mas esta CPI não será domesticada”, acrescentou o senador.

Carvalho criticou a conduta da Braskem, afirmando que a empresa “destruiu a vida de milhares de famílias” e não forneceu a compensação adequada. Ele também mencionou a emoção dos representantes dos moradores, ressaltando que “o choro de um dos representantes é o mesmo de todos aqueles que perderam não apenas um lar, mas tudo que construíram naquelas localidades”.

“A inteligência contratada pela Braskem, com bancas de advogados de alto padrão, cheias de argumentos jurídicos, produziu diversas formas de domesticação em vários setores. Setores que jamais deveriam ser domesticados foram domesticados, e o choro da população é resultado disso”, continuou o senador.

”É preciso expor a verdade”

O senador também enfatizou a necessidade de responsabilização de todos os envolvidos no desastre e questionou a postura de alguns governos e órgãos reguladores.

“Precisamos expor essa situação”, declarou.

“Governos que deveriam estar em defesa dos interesses da população foram domesticados. Quando falo de governos, não me refiro apenas ao governo municipal, mas também ao estadual. Órgãos governamentais, municipais e estaduais, foram domesticados”, disparou.

Ainda de acordo com ele, aparentemente, a “domesticação é uma prática comum da empresa, mas não será o caso desta CPI”.

“Estamos lidando não apenas com questões administrativas, mas também criminais. Falsificar documentos é uma questão criminal, e é grave. É gravíssimo saber quem autorizou essas falsificações e quem as patrocinou”, disse.

“Esta doença está enraizada no setor minerário brasileiro e precisa ser tratada. O Congresso também tem sua parcela de responsabilidade, pois se domou ao discutir o código de mineração”, complementou.

”A autorregulação precisa acabar”

Ele concluiu afirmando que o caso da Braskem é um exemplo de como a autorregulação no setor minerário brasileiro precisa ser revista e que é necessário acabar com com essa sistemática no Brasil.

“Percebemos a enormidade das perdas sociais, econômicas, patrimoniais, ambientais e de saúde. Embora algumas perdas de vidas não sejam diretas, são indiretas, não são menos graves do que as outras, pois 60 mil pessoas estão sendo afetadas”, alertou.

“Chega de discursos bonitos e práticas negligentes que perpetuam a sujeira”, finalizou.





Por Assessoria de Imprensa
Fotos: Daniel Gomes

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