Os depoimentos prestados nesta terça-feira, 05, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem foram considerados essenciais pelo relator da comissão, senador Rogério Carvalho (PT-SE), para embasar os próximos passos da investigação.
Foram ouvidos os professores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Abel Marques e Natallya Levino, e o doutor e ativista em ecologia José Geraldo Marques. Todos foram convocados pelo relator da CPI.
Carvalho destacou a profundidade das análises apresentadas pelos especialistas. “Os depoentes foram muito profundos em sua análise, desde o professor José Geraldo, que viveu e acompanhou as condições ambientais para a exploração naquela área, até o professor Abel, especialista no assunto, que acompanhou desde as primeiras rachaduras”, disse o senador.
Ele também mencionou a negligência da empresa, afirmando, com base na explanação dos especialistas, que a “instabilidade vai durar cerca de vinte anos, e isso é responsabilidade de quem, de forma incorreta, realizou a exploração sem respeitar as regras técnicas para esse tipo de mina e produção de minério”.
“Portanto, nos próximos passos, vamos analisar as responsabilidades daqueles que permitiram que a empresa fosse tão longe na exploração, desrespeitando limites técnicos e de segurança”, revelou.
Próximos passos da investigação
O relator da CPI adiantou que a investigação continuará ouvindo diversas pessoas e instituições. “Temos pelo menos uma dúzia de pessoas de extrema importância, como a defesa civil, moradores, associação de moradores, a própria Braskem, vários diretores da Braskem, a Agência Nacional de Mineração, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas e a Comissão de Serviço Geológico do Brasil”, disse.
“Temos vários atores fundamentais em vários períodos, pois as instituições não são as mesmas de antigamente, houve uma evolução significativa ao longo dos anos”, acrescentou Carvalho.
O objetivo, ainda segundo o relator, é montar um quebra-cabeça e apresentar um relatório com os indicativos necessários para que a justiça possa fazer o seu trabalho. “Precisamos ouvir pessoas de cada período para que possamos montar o quebra-cabeça e apresentar um relatório com os indicativos necessários para que a justiça possa fazer o seu trabalho”, pontuou.
Carvalho ressaltou, ainda, sobre o plano de aproveitamento econômico da mina da Braskem, que prevê medidas para evitar falhas e exploração em áreas de maior risco. “Com isso, teremos acesso às informações solicitadas pelo plano da Braskem, analisadas e encaminhadas pelos órgãos de controle”, assegurou.
A partir desses dados, a CPI pretende verificar se houve negligência ou conivência dos órgãos de controle, ou se as informações não foram demandadas no tempo correto. “Vamos aguardar essas informações para tomar medidas mais consistentes com os atores envolvidos”, concluiu Carvalho.
Por Assessoria de Imprensa
Foto: Daniel Gomes
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