Em entrevista ao Brasil 247, parlamentar falou sobre irregularidades do ex-juiz Sérgio Moro e ainda destacou atuação da CPMI do Golpe.
Na noite desta terça-feira, 13, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) concedeu uma entrevista à TV 247, na qual trouxe à tona informações relevantes sobre o andamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos terroristas ocorridos em Brasília no dia 08 de janeiro de 2023, quando manifestantes bolsonaristas destruíram os prédios dos Três Poderes.
Segundo Carvalho, a CPMI tem desempenhado um papel fundamental na busca pela verdade e na elucidação dos eventos ocorridos naquela fatídica data.
“A investigação transcende o ocorrido no dia 8 de janeiro, buscando desvendar o planejamento e os responsáveis pelos atos golpistas, que foram meticulosamente planejados ao longo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro”, comentou.
Por essa razão, o senador Rogério ressaltou a importância dos requerimentos apresentados na CPMI, que incluem pedidos de quebra de sigilo bancário dos investigados. Para ele, a quebra desses sigilos financeiros “é um dos caminhos que a CPMI seguirá para investigar os envolvidos financeiramente nos atos terroristas”.
Moro
Outro ponto abordado na entrevista pelo senador foi a atuação do ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, na Operação Lava-Jato. Carvalho disse que “há indícios de irregularidades na conduta de Moro, além de sua relação com agências de inteligência internacionais que teriam prejudicado o Brasil”. Segundo o parlamentar, os depoimentos de “Tacla Duran e Tony Garcia são peças-chaves no processo investigativo relacionado à Operação Lava-Jato”, declarou.
“E também tem a questão do envolvimento de pessoas ligadas ao Moro, como familiares. Isso são elementos que devem colocar fogo no caminho dele, porque foi um caminho que ele mesmo criou, com diversos crimes cometidos contra o estado democrático de direito. E isso deixou de ser teorias conspiratórias, pois o Ministério da Justiça já mostrou que ele se reuniu com agentes do FBI, assim como outras agências de inteligência internacionais”, disparou.
No entanto, tais questões, continuou o senador, precisam ser detalhadas pelo Ministério da Justiça para “ganhar robustez e se tornarem denúncias na Comissão de Ética do Senado”.
“Mas esses elementos já são suficientes para desencadear investigações na esfera eleitoral, uma vez que revelam o que Moro fez para chegar ao cargo de senador da república”, acrescentou revelando que todas essas questões, somadas às novas denúncias, têm o potencial de aquecer o cenário político.
CPI da Lava Jato
Ainda, dentro desse tema, Carvalho enfatizou a necessidade de aprofundar as investigações sobre a Operação Lava Jato, compreendendo como ela foi conduzida e a orquestração por trás dela.
“Por causa de tudo que foi orquestrado, a Petrobras, por exemplo, que é uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, despencou, e diversas outras empresas quebraram, resultando em milhões de desempregados e graves problemas para o Brasil no cenário do mercado internacional”, afirmou.
“Temos objetos determinantes para abrir uma CPI para investigar a Operação Lava Jato. E o Tacla Duran e o Tony Garcia são peças fundamentais para que a gente possa aprofundar isso e recontar a história. Porque durante todo esse processo, várias pessoas foram obrigadas a delatarem, inclusive com escritórios de advocacias que agiam na distribuição de dinheiro para isso”, completou.
Carvalho ainda problematizou sobre os fortes indícios de relação do ex-juiz com agências de inteligência internacionais, alegando que essas atitudes de caraterizam crime contra a nação.
“Moro tinha acesso às agências internacionais, com o mundo de tecnologia que elas têm, precisa ser observado e investigado. Isso precisa ser desmontado para a história ser recontada. Por isso que o Tacla Duran e Tony Garcia são peças-chaves nisso”, explicou.
Tony Garcia na CCJ
O senador Carvalho também revelou que fez um requerimento para que Tony Garcia possa ser ouvido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e disse que aguarda a aprovação desse pedido para possibilitar o diálogo sobre todas as questões que Garcia tem a relatar no Senado.
“Se as informações trazidas por Tony Garcia vierem à tona, será gravíssimo, pois tudo que envolve Moro é de extrema seriedade. Pois, em qualquer outro país, tais atos já teriam resultado em prisão, porque representam um atentado contra o próprio país”, disse.
Todavia, o senador Rogério Carvalho ponderou que é preciso examinar factualmente tudo.
“As informações do Tony Garcia podem provar que Moro agiu a serviço de interesses que não estão ao alcance da maioria da população brasileira, buscando impedir o desenvolvimento e protagonismo do país, algo que as grandes potências não desejavam”, reforçou.
“Por isso, precisamos investigar e responsabilizar, porque toda forma de atuação dos golpistas, que são fascistas, é pautada na construção de narrativas diferentes da realidade. E nosso trabalho será na desconstrução de tudo isso. Porque a gente quer construir todo o trabalho com base em fatos para elucidar o que, de fato, ocorreu no dia 08 de janeiro de 2023”, finalizou.
Por Assessoria de Imprensa
Foto: Daniel Gomes
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