“O presidente do Banco Central, Roberto Campos, me parece estar mais preocupado com os bancos e com o setor financeiro, do que com a economia do país”. Essa foi a observação feita pelo senador Rogério Carvalho (PT/SE), em entrevista à Carta Capital nesta sexta-feira, 31. Ele também pontuou que o gestor do órgão será questionado sobre outras questões e lembrou que o assunto já havia sido pautado em reunião na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), realizada no dia 14 deste mês.
Para o senador, os juros são um dos grandes problemas para redução do crédito, para redução do consumo e, também, para o endividamento das famílias. “São essas questões que precisam ser resolvidas, pois, com uma taxa de juros como esta, é impossível”, comentou.
Ainda sobre o tema, Rogério reiterou a importância da atuação do Congresso Nacional na defesa dos interesses da população. “O Congresso é uma caixa de ressonância do que a sociedade quer. Portanto, é preciso que a sociedade, como um todo, ecoe aqui dentro. E esse tema, de quem paga imposto no Brasil, precisa ser massificado, por isso, Roberto Campos irá ao Senado e será muito questionado. E terá que dar uma explicação muito plausível para o que está fazendo e o debate será muito duro”, revelou.
“Dentro desse grande debate está a autonomia do Banco Central, pois nós estamos numa democracia e não podemos ter órgãos que não respeitem a vontade popular. A vontade popular elegeu o presidente Lula e, com ele, uma ideia de política econômica que precisa ser respeitada”, pontuou, acrescentando que “há setores que foram desonerados num determinado período, que precisam voltar a pagar impostos e tem setores que não pagam imposto nenhum, e são os que mais ganham dinheiro no Brasil”.
Entre esses setores, segundo o senador, está o agronegócio. “É preciso que o Banco Central explique porque não tem atuado para diminuir a dívida bruta. Se existem instrumentos para fazer gestão monetária capaz de reduzir a dívida bruta”.
Desemprego
Rogério Carvalho também comentou sobre as altas taxas de desemprego e, neste ponto, ele disse que “o governo anterior adotou medidas que geraram uma inflação que é estrutural”. “Se trata de uma inflação decorrente de opções políticas que reindexaram a economia e o Banco Central precisa atuar no controle da inflação de olho na taxa de emprego”, revelou.
“Não dá para pensar somente no controle da inflação com alta taxa de desemprego”, complementou.
Imposto de Renda
Já sobre o pagamento de imposto de renda afetar trabalhadores que recebem até 5 salários mínimos, o senador Rogério disse que o “valor pago no mercado não dá para pagar as contas e não há sobras”. “O que vemos hoje no Banco Central é uma visão descolada das necessidades da população brasileira”, finalizou.
Por Assessoria de Imprensa
Foto: Daniel Gomes
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