Rogério Carvalho confronta ex-comandante da PM-DF e defende convocação de outros oficiais

Nesta terça-feira, 29, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) protagonizou momentos intensos durante a reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. A sessão contou com o depoimento do coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), que estava à frente das forças de segurança no momento dos ataques.

Durante a reunião, o senador foi contundente em suas colocações, demonstrando uma postura firme ao abordar o depoente e outros oficiais. Sobre as suspeitas de omissão durante os ataques, o senador não poupou palavras ao expressar sua opinião.

“Em primeiro lugar, fica aqui muito claro que houve dolo, vossa senhoria cometeu um crime urdiu contra aquilo que é mais sagrado numa democracia, num estado democrático de direito. Vossa senhoria deve estar ou com muito ódio porque foi desmascarado, ou muito arrependido de ter participado de uma trama tão perversa contra o povo brasileiro e contra o Brasil”, disparou.

“Se vossa senhoria não sabe, milhares de brasileiros desapareceram no golpe militar de 64, centenas foram assassinados, foram mortos, outros perseguidos, torturados, isso é o resultado de uma ditadura. A mesma ditadura que vocês queriam implantar e que não cabe implantar a um agente público defender, por isso que a pena que vocês têm que cumprir tem que ser dobrada”, reforçou.

Inércia da PM-DF

Carvalho também lançou críticas à postura dos oficiais e à alegação de que o governo com uma semana não teria tido tempo suficiente para conter os ataques.

“O governo com oito dias, por mais diligente que ele fosse, se as instituições não funcionam, jamais ele conseguiria conter e deter algo que estava sendo urdido e planejado a meses, a anos”, ressaltou.

“E é isso que me causa muito constrangimento como cidadão, sobretudo por ver que os de patentes mais altas, aqueles que deveriam se posicionar contra, eram os principais autores da conivência e do golpe. Eu fico absolutamente consternado de ver o que nós estamos vendo aqui e olhar no fundo dos seus olhos e saber que o senhor olha para mim e pode não ter uma gota de arrependimento do que fez”, acrescentou.

”Quem esteve por trás disso tudo?”

Sobre os objetivos por trás dos ataques, o senador foi incisivo ao afirmar que havia a intenção de justificar uma intervenção militar.

“Covardia. Sabe o que? Para justificar uma intervenção militar, para justificar o golpe. Todas as diferenças foram deixadas de lado e a gente se uniu contra o golpe e contra a arbitrariedade e o 8 de janeiro vai ser lembrado como um ato terrorista que o senhor poderia combater e o senhor participou dele deixando que acontecesse”, afirmou.

Outros generais precisam ser ouvidos

Rogério Carvalho ainda instigou a necessidade de trazer outros generais para prestar esclarecimentos, questionando suas ações em vez de proteger a democracia.

“É preciso trazer alguns generais para essa bancada para explicar não ao exército, não às forças armadas”, revelou.

“Mas alguns deles precisam explicar porque e para que, ao invés de proteger os brasileiros e o Brasil, a nossa democracia e o estado democrático de direito, que é a obrigação deles, feriram tudo isso para perpetuar a ignorância, o terraplanismo e o obscurantismo do poder brasileiro com o ex-presidente que as urnas mandou pra casa e agora é inelegível”, concluiu.





Por Assessoria de Imprensa
Foto: Daniel Gomes

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