O senador Rogério Carvalho (PT/SE) protocolou um pedido de reclamação disciplinar junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) solicitando que seja “apurada e punida a atuação parcial, desarrazoada e contrária à ordem jurídica do desembargador Marcelo Malucelli”, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região no caso envolvendo o restabelecimento da prisão preventiva do advogado Tacla Duran.
No documento, o 1º Secretário do Senado Federal afirma que “a prisão de Tacla Duran insere-se no contexto das perseguições e extorsões do lavajatismo, de que também foi alvo o presidente Lula”. “Por essa razão, queremos que o CNJ verifique os reais interesses por trás do pedido de prisão”, exige o parlamentar.
Ainda de acordo com Carvalho, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia “anulado todas os julgamentos e decisões contra Tacla Duran” e, portanto, ele entende que é preciso que “investigue e apure a conduta do desembargador”. “Vale lembrar que Tacla Duran é um advogado que vem denunciando há bastante tempo os abusos e arbítrios na Operação Lava Jato e não aceitou ser alvo de extorsões por pessoas próximas ao ex-juiz Sérgio Moro”, revela o senador.
Relação com Moro
O relacionamento pessoal e familiar do desembargador Malucelli com o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro também estão dentro das cobranças feitas por Carvalho que destaca, no pedido ao CNJ, que “a circunstância da solicitação de prisão de Tacla Duran é, no mínimo, estranha”. “O desembargador Marcelo Malucelli, que determinou a prisão, é pai do sócio de Moro (João Malucelli). Além disso, João Malucelli é namorado da filha de Sergio Moro. Ou seja, fazem parte do mesmo núcleo íntimo familiar”, dispara o petista.
“Além disso, o atual juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio já havia reconhecido que Tacla Duran deve usufruir da condição de testemunha protegida, de maneira que lhe seja protegida a incolumidade”, acrescenta.
Tacla Duran
O advogado Rodrigo Tacla Duran tem sido apontado como um dos principais nomes que detêm informações reais sobre irregularidades nas ações do senador Sérgio Moro (União Brasil/PR), ex-juiz da operação Lava Jato, e do deputado Deltan Dallagnol (Podemos/PR), que foi o coordenador da força-tarefa, durante processo do caso judicial que culminou na prisão injusta e arbitrária do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso tem sido investigado pela Polícia Federal (PF).
Tacla Duran, à época das investigações, trabalhava para a Odebrecht e foi apontado como operador financeiro da construtora em supostos esquemas de corrupção. No período em que a operação esteve em destaque, o advogado chegou a ter prisão decretada e ser colocado na lista de foragidos da Interpol a pedido do próprio Moro. Contudo, atualmente, por também ter nacionalidade espanhola, vive em Madrid e se encontra no programa de proteção a testemunhas.
Por Assessoria de Imprensa
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Comente