Rivanda Farias é inocentada de denúncia sobre suposta fraude na merenda escolar de São Cristóvão

Denunciada pelo Programa Conexão Repórter, do SBT, por suposta corrupção na merenda escolar de São Cristóvão, a então prefeita da quarta cidade mais antiga do Brasil, Rivanda Farias, teve o nome maculado nos quatro cantos do país. Em Sergipe, por exemplo, mediante reportagens divulgadas pela mídia radiofônica, televisiva, escrita e digital, o nome da ex-prefeita era associado por muitos à corrupção na merenda de alunos da rede pública de ensino. Porém, segundo ela própria, após criteriosa análise dos fatos, a Justiça bateu o martelo: Rivanda não cometeu nenhuma das irregularidades apontadas pela imprensa. Ela foi mais uma vítima do sensacionalismo e da manipulação de setores da grande mídia brasileira.    

Nesta entrevista concedida ao Hora News com exclusividade, a ex-prefeita de São Cristóvão lamenta a denúncia e diz que tudo foi fruto de uma armação para prejudicá-la politicamente.

“A inveja, o ciúme e a tentativa de me destruir moralmente. Mas ficou a lição, aprendi na prática que ouro só se apura no fogo”, diz Rivanda, que cita um versículo bíblico: “não julgueis, para que não sejais julgados”.

Ainda, na entrevista, Rivanda descarta disputar um cargo político nas eleições de outubro deste ano, mas garante que não se afastará do processo eleitoral e que Armando Batalha terá seu apoio numa possível candidatura.

“Não tenho interesse algum em disputar as eleições deste ano em São Cristóvão, mas entendo que também não posso ficar fora do processo eleitoral”. Confira a entrevista.  

Hora News – Em 2015 a senhora renunciou ao mandato de prefeita de São Cristóvão após denúncias veiculadas no Programa Conexão Repórter, do SBT, sobre possíveis fraudes na merenda escolar.  Na época, afirmou que não fazia parte da quadrilha que se instalou em Sergipe e queria ajudar na celeridade das investigações. Mesmo se dizendo inocente, e a Justiça mostrou isso agora, a senhora renunciou ao mandato. Qual foi mesmo o real motivo da renúncia?

Rivanda Farias -Á época, só me interessava provar minha inocência. Renunciando, concomitantemente abri mão de qualquer prerrogativa do cargo que exercia, contribuí para dar celeridade as apurações, pois imediatamente abri mão dos sigilos fiscais, bancários e telefônicos. Com a renúncia, minha intenção era apenas provar o mais rápido possível a minha inocência, tendo assim a possibilidade de dar continuidade a minha vida de forma tranquila.

HN – Na semana passada a senhora anunciou ter sido inocentada pela Justiça. Como a senhora recebeu a informação da decisão judicial? Estava confiante na sua inocência?

RF -Soubemos, através de nossos advogados que não fomos se quer indiciada por esta informação. Fiquei extremamente feliz e grata a Deus, a minha família e a poucos amigos, por terem ao longo desses anos me amparado e acreditado em nossa inocência desde o primeiro instante. Quando a reportagem, Os Senhores da Fome, aconteceu muita dor, muita tristeza e nojo se instalaram em meu emocional. Esses foram os sentimentos que me acompanharam por vários dias, meses, anos… Uma matéria sensacionalista, tendenciosa, desprovida de verdade, que na realidade buscava apenas denegrir minha honra e imagem. Uma matéria embasada em mentiras e suposições que além de provocar muita dor, expôs a mim e minha família de forma desumana, cruel e inconsequente. Toda essa calúnia e armação caíram por terra, graças a atuação e investigações da Polícia Federal, que com a cautela que o caso exigiu descobriu toda a verdade. Minha vida foi totalmente investigada e graças ao excelente trabalho da PF, hoje posso respirar com mais tranquilidade e paz, pois não fui sequer indiciada. Em todo esse tempo, a reflexão e a aprendizagem foram meus companheiros constantes, me fazendo ter mais certeza da presença constante de Deus em minha vida e da fortaleza da minha família que nunca me desamparou.

HN – Essa decisão da Justiça mostra que devemos ter cuidado ao denunciar um homem ou uma mulher pública. Inclusive por setores da própria imprensa?

RF – Vou responder esta pergunta com um versículo que diz: “não julgueis, para que não sejais julgados. (Mateus 7:1). Na realidade, o ser humano tem uma necessidade de encontrar defeitos nos outros, para com isso se perdoarem de algo ruim que fazem, e isto é fato! Não devemos julgar ninguém, independente de ser pessoa pública ou não. Não nos cabe o poder do julgo! Quanto a Justiça, em nenhum momento a Justiça me acusou de algo. Apenas a Justiça de forma legal e legítima fez o seu trabalho de forma imparcial, até porque esse é seu papel. Ainda bem que a Justiça existe!!

HN – A quem a senhora atribui aquelas denúncias? Aos opositores políticos ou empresários insatisfeitos com sua administração?

RF – O que podemos dizer é que foi uma grande e terrível armação. De um lado um repórter que de maneira irresponsável, sensacionalista e despreparado, achava que podia sair disseminando mentira e maculando a honra das pessoas em rede nacional. Do outro lado, a inveja, o ciúme e a tentativa de me destruir moralmente. O que houve foi perseguição política, calúnias e difamações desproporcionais. O que houve foi inveja da oposição e de entidades que se sentiram “prejudicadas” por nossa atuação firme, buscando realizar o ajuste fiscal do município. O que houve foi o medo de uma mulher valente e destemida deixar a sua marca registrada de forma digna e competente. Mas ficou a lição, aprendi na prática que “ouro só se apura no fogo”. Sei a mulher que sou! Sei a garra e o destemor que habita em mim! Não troco minha saia por perna de calça de muitos! Estou aqui mais uma vez, de pé, com uma fé inabalável em meu Deus, celebrando a alegria de ter uma família maravilhosa e amigos leais que sempre acreditaram em mim. Aliviada e agradecida pelo límpido trabalho da Polícia Federal, que de forma imparcial e cautelosa apurou os fatos e confirmou o que nós já sabíamos. Não quero aqui atribuir a um ou a outro. O mais importante neste momento é a minha paz.

HN – A senhora pensa em voltar a disputar um cargo político em São Cristóvão ou Aracaju?

RF – O que realmente penso nesse momento é restaurar a minha honra e imagem. A irresponsabilidade de um repórter tentou acabar com minha vida como um todo, mas nunca me deixei abater por tantas difamações e calúnias.

HN – Caso não seja candidata, pretende apoiar alguém? Armando Batalha anunciou que poderá disputar a Prefeitura de São Cristóvão, pretende apoiar o projeto de retorno dele à prefeitura?

RF – Não tenho interesse algum em disputar as eleições deste ano em São Cristóvão, mas entendo que também não posso ficar fora do processo eleitoral, afinal de contas, fui prefeita daquele município, primeira mulher eleita a ocupar esse cargo, diga-se de passagem, o que muito me honra, além de termos feito realizações de toda ordem. Por conta da renúncia, deixei alguns projetos para serem concluídos em São Cristóvão, como, por exemplo, a reforma da Bica dos Pintos, o Banho Doce, construção de creches, ampliação da rede de ensino, tornando algumas escolas em turno integral e tantos outros sonhos para serem realizados e colocados em prática. Nesses últimos meses eu e Armando temos conversado bastante sobre o quadro político e administrativo de São Cristóvão. Ele me expos toda a sua intenção de melhorar não só o município de São Cristóvão, mas a qualidade de vida da população, e me prometeu dar continuidade as reformas, construções e benfeitorias que começamos a fazer quando estávamos à frente do município. Em nossa última reunião, em nossa residência, Armando Batalha me pediu que o apoiasse e que entende que o nosso apoio é muito importante para ajudar ele ganhar as eleições na quarta cidade mais antiga do Brasil. Baseada em nosso compromisso, firmamos um acordo político com Armando Batalha para prefeito de São Cristóvão.

HN – A sua imagem foi muito prejudicada politicamente. O que fazer para recuperar? Acredita ser possível?

RF – O que fizeram conosco foi algo semelhante a pegar um vaso cheio de água, e dentro de um avião em pleno voou jogar essa água e depois tentar recuperar gota a gota dessa água! Esqueceram apenas de quebrar o vaso. E neste caso, o vaso sou eu. Estou de pé, firme, forte e com uma fé inabalável. Quando a vida me dá limões, não faço apenas limonadas, pego os caroços e faço uma plantação com limoeiros lindos. Tenho serviços prestados e isso ninguém me tira. Sei quem sou. Sei o que quero e onde quero chegar. Isso basta! Não vou perder tempo em recuperar passado. O tempo urge. Já comecei a escrever uma nova história e o passado também faz parte dela.

HN – Baseado nesta denúncia infundada, a senhora defende a aplicação da lei para punir os responsáveis pela acusação?

RF – Não houve nesse caso específico nenhum abuso de autoridade. Em minha opinião, uma coisa não tem nada haver com a outra. O que acredito é que a Justiça tem que continuar sendo austera, tem que investigar mesmo, até porque quando não se comete nenhum delito, não tem do que temer. A Justiça tem que ter independência em suas ações, é para isso que ela existe, para investigar, apurar fatos e inocentar ou condenar quando necessário for.

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