O representante da Braskem, Marcelo Arantes de Carvalho, assumiu, na manhã quarta-feira, 10, que a petroquímica é responsável pela tragédia ocorrida na mina de sal-gema em Maceió. A confissão se deu durante questionamentos do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), senador Rogério Carvalho (PT/SE), quando o representante da empresa foi indagado sobre as indenizações das famílias afetadas.
Segundo Arantes, a “negociação era diretamente com a Braskem”. “Se a pessoa não desejasse participar desse processo de maneira voluntária, está previsto no acordo que ela poderia recorrer à justiça e ter um caminho mais rápido”, revelou.
“Sem a discussão de quem é a culpa, que é da Braskem”, confessou.
O senador Rogério, por sua vez, replicou a declaração trazendo à tona que “pela primeira vez, um representante da Braskem assumiu a responsabilidade pelo crime ambiental que aconteceu na cidade de Maceió”. “Ou seja, que foi a Braskem que deu causa, que foi à lavra ambiciosa que ocasionou a catástrofe ambiental em Maceió”, afirmou.
“Isso é algo muito importante, porque foi dito pelo próprio representante da Braskem, indicando que as práticas perpetradas pela Braskem na apuração dessa CPI não convergem com a imagem que pretende propagar nos canais de comunicação”, acrescentou.
Carvalho comentou, ainda, que “as práticas desenvolvidas desde a extração predatória até a omissão de informações relevantes às autoridades reguladoras indicam que a companhia está longe de ser sustentável e ainda há um longo caminho a ser percorrido”.
“O caso Braskem é somente um evento sentinela nesse setor de mineração que está adoecido”, ressaltou.
“Esta CPI pretende servir de semente para que haja uma completa mudança institucional e regulatória no setor de mineração. Não é possível que um setor como esse, no qual já vimos vários incidentes e catástrofes ocorridas nos últimos anos por conta da negligência ou imprudência, continue da forma que está “, concluiu.
Por Assessoria de Imprensa
Fotos: Daniel Gomes
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