“Reajuste do servidor público foi de apenas 0,37%, uma malandragem sem precedentes na história”, desabafa Paulo Márcio

O delegado Paulo Márcio, ex-candidato a prefeito de Aracaju, é um dos servidores públicos estaduais indignados com o projeto de lei do Executivo estadual em taxar ainda mais os servidores do Estado que contribuem com o Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde), aprovado pela Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) e sancionado pelo governador Fábio Mitidieri (PSD).

O delegado observa que a proposta do governo em elevar em 2% o percentual de contribuição com Ipesaúde reduziu ainda mais o percentual de reajuste salarial de 2,5% para os servidores que não fazem parte do quadro da administração geral.

“No abaixo assinado encaminhado ao MPE solicitando uma auditoria no IPESAÚDE, a CUT/SE afirmou “que com o aumento de 4% para 6%, os conveniados do Ipesaúde que receberam 2,5% ficarão apenas com 0,5%”, salienta Paulo Márcio.

“Na realidade, os conveniados ficarão com apenas 0,37% de reajuste, pois, com a incidência de 6% sobre a nova remuneração, haverá um aumento de 53,75% do valor nominal da contribuição”, completa.

O profissional da segurança pública analisou a proposta governamental e apresenta alguns exemplos de como os servidores estaduais terão perdas salariais com a nova lei em vigor.

“Exemplificando: o servidor que antes do reajuste ganhava R$ 2.000,00, descontava R$ 80,00 para o Ipesaúde (4%). Assim, seu salário líquido ficava em R$ 1.920,00 (para facilitar o entendimento, desconsideramos o desconto da contribuição previdenciária e outras despesas). Com o reajuste de 2,5%, a remuneração desse servidor passou para R$ 2.050,00. Ocorre que a incidência de 6% sobre o novo salário importa em um desconto de R$ 123,00 para o Ipesaúde. Nesse caso, o valor líquido do salário será de R$ 1.927,00. A diferença resultante, de míseros R$ 7,00, corresponde a um aumento final de pornográficos 0,37%”, explica o delegado, que considera a medida um retrocesso histórico para os servidores públicos estaduais.

“Na prática, de cada real concedido aos servidores a título de reajuste, o governo retirou oitenta e seis centavos para equilibrar as contas do Ipesaúde. Uma malandragem sem precedentes na história sergipana”, desabafa Paulo Márcio.

O governo estadual reajustou em 10% o salário dos funcionários da administração geral, mas concedeu apenas 2,5% de reajuste para os demais servidores públicos.



Por Redação
Foto: Divulgação

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