‘Quero contribuir com a campanha do PT em Aracaju e nos demais municípios’, diz Lurian, filha de Lula

Filha mais velha do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, a jornalista Lurian Cordeiro Lula da Silva está residindo em Aracaju e participando ativamente da política e de mobilizações em defesa do legado dos governos petistas, principalmente dos oito anos do governo do pai.

Assessora na área de mídias digitais no gabinete do senador Rogério Carvalho (PT), Lurian escolheu morar em Aracaju para reforçar o mandato do senador nas redes sociais, mas também pela qualidade de vida que a cidade oferece, e por Sergipe ser um estado em que a solidariedade, o carinho e o companheirismo do povo são muito fortes.

Em entrevista exclusiva ao Hora News, Lurian Silva aborda sobre o processo envolvendo o pai, o comportamento político de setores do Ministério Público Federal, principalmente no Paraná, e rechaça o discurso daqueles que defendem que o Partido dos Trabalhadores deveria fazer uma ‘mea culpa’, em decorrência dos escândalos de corrupção envolvendo membros do partido.

A jornalista Lurian Silva, que esta semana testou sua popularidade ao ter uma acalorada recepção do povo de Poço Verde, em visita a região do semiárido sergipano, defende a ampliação do debate com os mais diversos setores da sociedade e do campo progressista, visando o fortalecimento da esquerda no Brasil. Ela, no entanto, salienta que, por ser a maior legenda da América Latina, nenhum partido de esquerda terá força política sem estar unido com o PT.

Ainda na entrevista, Lurian Silva admite que estará contribuindo com a campanha do PT em Aracaju e nos municípios do interior do estado onde o partido terá candidatura própria ao Executivo. Confira a entrevista.

Hora News – Com tantos locais para morar, porque você escolheu Sergipe?

Lurian Silva – Bem, vou começar dizendo que eu e Sergipe nos escolhemos, a partir do momento em que fui convidada a compor o mandato do senador Rogério, e eu aceitei.

HN – Morar no Nordeste é uma espécie de volta às origens? É uma tática política para reconquistar o eleitorado perdido?

LN – Eu nasci e cresci em São Bernardo do Campo, mas o sangue nordestino fala muito alto, pela família do meu pai e principalmente, num momento onde o Nordeste não se contaminou pelo ódio ao diferente como outras regiões do Brasil… Quanto a reconquistar o eleitorado perdido, não percebo essa evasão dos eleitores do PT aqui no Nordeste, basta acompanhar o resultado das urnas nas últimas eleições, e perceber que a liderança do Lula e do PT está mantida na região… Aliás, isso talvez seja um dos atrativos para minha vinda, a solidariedade, carinho, companheirismo do povo nordestino, em especial do povo sergipano.

HN – Muitos políticos defendem que o PT ou até mesmo seu pai, o ex-presidente Lula, deveria fazer um ‘mea culpa’ pelo envolvimento de setores do partido em atos de corrupção? Você concorda?

LS – Fazer mea culpa de que corrupção? Do power point sem prova de Dallagnol? Da condenação do Lula só por convicção? Do jogo marcado do Moro na construção do golpe? Reviraram a vida do meu pai de cima a baixo e não encontraram nada de errado, nenhuma prova contra ele. Lá na frente, a história irá cobrar quem de fato tem que fazer uma mea culpa. Acho até que já começou a fazer isso.

HN – A reinvenção das esquerdas no Brasil não passa por uma avaliação de que essas guerrinhas internas deveriam acabar para dar espaço a projetos progressistas independentemente de quem quer que seja o candidato à presidência, se PT puro sangue ou aliado?

LS – O PT é o maior partido de esquerda da América Latina. É fato que nenhum partido de esquerda tem força sem estar unido com o PT. O PT tem história, tem proposta, tem modelos e resultados… não há tempo para discutir picuinhas, até porque o nosso povo tá sofrendo com desemprego, fome, perda de direitos. E pra mudar este cenário, devemos ter a percepção que não se constrói nada sozinho, o debate deve ser ampliado, com os mais diversos setores da sociedade e dos campos políticos progressistas. Acho que isso já vem acontecendo.

HN – O PT deu ao povo a possibilidade de consumir mais e melhor, de comprar. Porém, pouco avançou no quesito formar cidadãos. Como formar militância hoje, com tanta fake news e guerra digital?

LS – A questão não é formar cidadãos, é conscientizar politicamente nosso povo… E isso só se faz no contato olho a olho, politizar, relembrar a história do nosso país, como era antes do governo do PT, lembrar das conquistas e reafirmação de direitos durante este período, e o quão trágico tem sido desde o golpe de 2016. É necessário que chamemos a população pra um debate: a quem serve os interessados no desmonte no país e na retirada dos direitos da classe trabalhadora? Porque se percebermos, a Lava Jato, fugiu do foco do combate à corrupção quando ela acabou com a indústria da construção civil, quando iniciou o desmonte da Petrobras, quando tentou atingir o setor agropecuário com as denúncias contra os empresários do setor. Quem ganhou e quanto ganhou com tudo isso? Porque quem perdeu e quanto perdeu, nós sabemos, basta vermos os índices do desemprego, da evasão escolar, a volta de doenças já erradicadas… um descaso total com a classe trabalhadora deste país em prol de uma elite misógina, homofóbica, racista e fascista.

HN – A política corpo a corpo ainda consegue se destacar em meio a tanta tecnologia disponível?

LS – Acho que dá pra andar lado a lado. Ambas são importantes, e não devem deixar de ser praticadas, atingem núcleos diferentes de formas diferentes.

HN – Como está sendo o seu corpo a corpo com a população sergipana? Em Poço Verde você foi ovacionada pela população local. O que está achando da receptividade do povo sergipano?

LS – Tenho sido recebida com muito carinho e respeito por onde passo aqui no Estado, e isso sim, é viver num Estado Democrático, onde o fato de você pensar ou agir diferente não dá o direto dos contrários te agredirem, ofenderem.

HN – Sabe-se que sua vinda para Sergipe passa também por um projeto político. Qual seria este projeto?

LS – Então, esta coisa do “sabe-se” me incomoda muito, entende? Porque uma informação deste contexto não pode ser baseada em achismo, quem dá este tipo de informação tem que ter nome, CPF e certeza do que está falando. Eu vim pra Sergipe para trabalhar no mandato do senador Rogério Carvalho, e este ano teremos um ano de muito trabalho e luta para garantir resultados que ajudem a resgatar a dignidade ao povo sergipano, a partir da eleição do meu grande amigo e companheiro Márcio Macedo na Prefeitura de Aracaju, e nas demais cidades do estado onde o partido terá candidatura majoritária.

HN – Você estará engajada na campanha do candidato ou candidata do PT a Prefeitura de Aracaju? Fará campanha também no interior para os demais candidatos petistas ou vai se restringir a Aracaju?

LS – Como eu te disse, estou no mandato do senador Rogério, sou amiga pessoal de Márcio Macedo e participo de ações do partido desde que me entendi por gente, então quero contribuir para a campanha de Aracaju e dos demais municípios onde o PT tenha candidatos.

HN – A quem diga que você deve se preservar para as eleições nacionais, mas em caso de o PT decidir lançá-la na política já nestas eleições, você aceitaria? Se coloca a disposição do partido para qualquer desafio?

LS – Eu não tenho pretensão eleitoral, não vim pra Sergipe pra ser candidata à nada. Sou uma servidora do gabinete do senador, adoro atuar nos bastidores, fazer meu trabalho discreto, sem me omitir do papel que sei que devo desempenhar.





Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

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