O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, participou na noite desta segunda-feira (11) da solenidade de posse da nova diretoria da OAB Pernambuco para o próximo triênio, em que Bruno Baptista estará à frente da Seccional.
Santa Cruz ressaltou o papel de independência que é próprio da OAB e afastou qualquer viés político na atuação da Ordem.
“Nossa arena é o direito”, afirmou. “Prometo não trair meu compromisso com a advocacia, ainda que, muitas vezes, muitos o recebam com intolerância. Estamos na luta para salvar a democracia, pela defesa do diálogo e pelo fortalecimento da advocacia”, disse.
Já na noite da quinta-feira (7), o presidente nacional da OAB esteve em Salvador, na solenidade de posse da nova diretoria da Seccional baiana da Ordem, que comandará a advocacia do estado pelos próximos três anos. Santa Cruz aproveitou seu discurso para fazer alguns esclarecimentos.
“Tenho sido alvo de furiosos ataques nas redes sociais e há quem peça, inclusive, meu fim. E sabe qual ‘crime’ justificaria minha eliminação? Dizer que há no país ampla garantia para qualquer investigação, que há no país absoluta unanimidade sobre a necessidade da luta contra a impunidade, mas que o país é muito mais do que isso e que precisa, urgentemente, entre outras coisas, reencontrar a agenda do crescimento econômico que possa devolver a esperança de dias melhores ao nosso povo”, apontou.
Santa Cruz ressaltou que defende que o Estado não gera riquezas e que a estabilidade jurídica deve ser rotina dos povos que querem progredir através do trabalho, do respeito ao meio ambiente, às minorias, aos contratos, entre outras coisas.
“O ataque que sofro, travestido e insuflado pela falsa motivação de uma declaração que não dei sobre o fim imediato de qualquer investigação antes que se esgote o seu objeto, com o uso danoso e cotidiano de notícias falsas, demonstra claramente a intenção de calar nossa voz através do medo”, disse. Entretanto, ele aponta que ‘bateram na porta errada’.
“Acredito que a função da Ordem nessa quadra histórica é criar no mundo do Direito, pressuposto da democracia, um ambiente capaz de produzir discussões técnicas que possam garantir o exercício livre da defesa, com a máxima liberdade de manifestação das ideias. Construir pontes onde há pessoas cavando fossos e, assim, alcançar alguma paz social. Por óbvio, quem se alimenta e vive do ódio não quer a superação do momento de conflito agudo. Não quer ouvir sobre o direito de ninguém, sobre o drama do próximo. Muitos se deixam levar pelo rancor, movidos por compreensível desesperança”, lamentou. Por fim, Santa Cruz pediu diálogo através do Direito.
“Não ocupamos a arena da política partidária e buscaremos atrair para esse debate até aqueles polarizados e cegos por ideologias, que não acreditam ser possível superar o atual momento. É uma grande tarefa que precisa de toda a advocacia do Brasil. Ou é isso ou, calados, cuidando justa e pacatamente das nossas vidas, mesmo sendo a maioria silenciosa, nos deixaremos levar pela frustração, imputando aos outros todas as nossas decepções com as graves falhas do mundo que nos cerca. Alguém acredita que o ódio constrói? Tenhamos fé na vida”, completou.
Com informações da OAB
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