Quem estimula o ódio na sociedade é tão capeta quanto os extremistas

Nos últimos meses o país, até certo ponto, vinha se acalmando após uma série de protestos e manifestações de grupos radicais da extrema direita, em decorrência de decisões do Supremo Tribunal Federal ou do próprio Congresso Nacional, as quais esses radicais não concordam e escolhem o confronto como resposta.

Mas, não é que esses protestos voltaram pelo fato do STF ter cancelado os processos e as condenações impostas pelo então juiz Sergio Moro ao ex-presidente Lula, restabelecendo seus direitos políticos?

Um dia após a decisão do ministro Edson Fachin, manifestantes foram para a frente da casa do magistrado protestar contra a decisão dele, que na prática permite a Lula se candidatar nas próximas eleições.

Infelizmente, setores radicais, principalmente da extrema direita, ainda não aprenderam a viver numa sociedade de forma civilizada e respeitada. Se lá atrás Sergio Moro condenou o ex-presidente, é porque ele encontrou algum motivo que o convencesse a tomar tal decisão. A decisão da 13ª Vara de Curitiba veio como uma conquista de Copa do Mundo. A turma radical vibrou, comemorou como se o Brasil conquistasse mais um triunfo mundial. Porém, esqueceram que uma decisão de primeiro grau pode, a qualquer momento, ser revista por uma instância superior.

Agora, que outro juiz, só que da Suprema Corte, que por sinal sempre votou favorável a Lava Jato, decidiu analisar melhor os casos e cancelar todos os procedimentos adotados por Moro, certamente porque também encontrou motivos para tal medida, essa mesma turma que lá atrás o aplaudiu por sempre referendar as decisões do juiz paranaense, é a mesma que agora quer o levar a forca.

O comportamento desses extremistas não é de causar nenhum espanto, o que nos causa decepção mesmo é ver gente esclarecida, estudada, que se diz cristã – inclusive jornalistas e advogados -, incitando o ódio e, consequentemente a violência, ao postar em redes sociais e grupos de WhatsApp foto de Lula e Bolsonaro juntos e os classificando de satanás e capeta.

“Esquecem” esses que estimulam a intolerância ao estado democrático de direito, que pregar o ódio é também se igualar ao capeta, ou melhor, ao encardido, como já dizia o saudoso Padre Léo.

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