Se depender da Secretaria Estadual da Educação e Cultura (Seduc), nem professores, nem estudantes serão ouvidos no que diz respeito às políticas de Educação. Essa é a conclusão do Sindicato dos Trabalhadores na Educação Básica da Rede Estadual (Sintese), após reunião com o secretário estadual da Educação.
Para Roberto Silva, vice presidente do Sintese, o secretário foi enfático ao dizer que o governo não vai retirar os projetos de lei da Assembleia Legislativa, que miram diretamente nos professores, sem antes debater com a categoria.
“Lamentável. A palavra resume a audiência ocorrida na tarde desta sexta na Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura. Isso porque o secretário Josué Passos disse que o governo não retirará da Assembleia Legislativa os projetos de lei que tratam do Sistema de Avaliação da Educação Básica de Sergipe – SAESE (projeto de lei 208/2019) e da Alfabetização pra Valer (projeto de lei 212/2019)”, explica o professor.
Com o posicionamento do secretário, a direção executiva do sindicato entende que a Seduc não ouvirá professores, estudantes e comunidade escolar na construção de políticas públicas.
“É lamentável ouvir do gestor da educação estadual que não abrirá o debate público para que os projetos de lei sejam discutidos amplamente por aqueles que estão no chão da escola e muito menos pela sociedade sergipana”, lamentou a presidenta do Sintese, professora Ivonete Cruz.
“Durante a audiência, o Sindicato dos Professores voltou a solicitar que os projetos de lei sejam retirados da Assembleia Legislativa e que a Secretaria de Educação convoque a Conferência Estadual de Educação, que a exemplo do sistema de avaliação, também está prevista no Plano de Governo de Belivaldo, mas, apesar do secretário, durante a audiência, ter usado a palavra democracia 15 vezes, na prática o discurso não é efetivado”, critica Joel Almeida, diretor geral do Sintese, que também participou da audiência com o secretário.
Com isso, o magistério das escolas estaduais e municipais espera que a Assembleia Legislativa, como a casa do povo, realize audiências públicas para que projetos tão complexos, envolvendo políticas públicas fundamentais, sejam debatidos pela sociedade.
Sintese não é contra avaliação
A presidenta do Sintese, a exemplo do que fez em entrevistas e no informativo distribuído pela entidade, reafirmou que o sindicato não é avesso ao processo de avaliação, pelo contrário o sindicato defende uma avaliação do sistema educacional que leve em consideração todos os aspectos relacionados ao processo ensino aprendizagem.
A dirigente sindical também voltou a reafirmar que a posição do sindicato é contrária ao método adotado de elaboração e de concepção dos projetos. Ao mesmo tempo, enfatiza que o sindicato está à disposição para fazer o debate e construir políticas públicas garantindo a participação coletiva.
Reajuste do piso
O secretário afirmou que não houve abertura para discutir o assunto em sua última audiência com o governador e, com isso, não tinha qualquer posição para o magistério público estadual.
“Ou seja, segundo o secretário, a avaliação da educação construída a partir de uma proposta sem diálogo com a comunidade escolar é uma política de estado, mas o reajuste do piso e a retomada da carreira do magistério, essa não é Política nem de Estado, nem de Governo”, lamenta Roberto Silva.
“Iremos continuar firmes na luta por uma Educação verdadeiramente democrática e participativa e da valorização do magistério. Estaremos vigilantes e vamos convocar a categoria para acompanhar e resistir à aprovação desses projetos na Alese A luta continua”, conclui Ivonete.
Foto: Hora News
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