Um áudio de uma reunião do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, com o representante do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás, mostra o presidente do CFM admitindo que liberou o uso da cloroquina mesmo “sem evidência científica”, e “fora das normas” do órgão.
“Existem estudos observacionais para a hidroxicloroquina, mas não existe nenhuma evidência científica que comprove alguma eficácia da hidroxicloroquina”, diz o presidente do Conselho de Medicina na conversa, reconhecendo ainda ter liberado o uso do medicamento fora das normas legais.
“Mas nós, numa decisão fora das nossas normas, acabamos liberando o uso da hidroxicloroquina. Fizemos uma análise grande do que existe na literatura e não tem nenhum trabalho que sustente a hidroxicloroquina como recomendável para o tratamento da Covid. No entanto, o Conselho Federal de Medicina liberou o uso”, admite o presidente da autarquia federal em áudio vazado à imprensa.
Ainda na mesma conversa com o colega do Conselho de Goiás, Mauro Ribeiro ataca a ex-presidente Dilma Rousseff por abrir escolas de Medicina pelo país, principalmente em regiões carentes desses profissionais de saúde. Ele também admite trabalhar em parceria com o presidente Jair Bolsonaro.
“Não vamos recuperar o dano da época do governo da presidente Dilma e do ministro Alexandre Padilha”, diz ele, acrescentando que “teremos aproximadamente 1,5 milhão de médicos no Brasil. É a popularização da Medicina”.
“Todas as nossas reivindicações foram atendidas pelo presidente, todas as nossas reivindicações. Ele nunca falou ‘isso aqui eu não posso atender’. Por isso, existe sim apoio do Conselho Federal de Medicina ao Ministério da Saúde e ao presidente Bolsonaro”, revela o presidente do CFM.
Especialistas do Direito lamentaram o comportamento do presidente do CFM, classificando de criminosa a atitude do representante da classe médica. O jurista Marcelo Uchôa, um dos mais respeitados do país, defendeu a prisão do médico Mauro Ribeiro.
“Espero que as autoridades competentes façam valer suas missões institucionais e constitucionais e levem para trás das grades essa pessoa má, que é por detrás das grades que ele merece acompanhar o desenrolar dos acontecimentos”, defendeu.
O relator da CPI da Pandemia no Senado Federal, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou neste sábado que vai analisar a possibilidade de também incluir o presidente da autarquia no relatório final da CPI.
Por Redação
Foto: Divulgação
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