Petrobras cancela contrato com a Unigel e prejudica economia sergipana com possível demissão de trabalhadores

Em uma das primeiras decisões da gestão de Magda Chambriard à frente da Petrobrás, a companhia anunciou na noite da sexta-feira (28) que não levará adiante o contrato de Industrialização por Encomenda (Tolling) firmado com o Grupo Unigel para a reativação das fábricas de fertilizantes da Bahia e de Sergipe.

Segundo a petroleira, o acordo não teve suas condições de eficácia atendidas dentro do prazo estabelecido e, portanto, teve sua vigência encerrada antes mesmo de surtir seus efeitos.

Para lembrar, em dezembro do ano passado, a Petrobrás e a Unigel anunciaram a assinatura do contrato de tolling. O acordo previa um pagamento de R$ 759,2 milhões da petroleira ao grupo petroquímico pela prestação de serviços de industrialização, armazenagem, expedição e pós-venda de ureia, amônia e Arla.

Em março deste ano, a Unigel anunciou que faria 255 demissões de funcionários nas fábricas de fertilizantes e paralisou novamente a operação das plantas.

Pelo acordo de tolling, a Unigel seguiria atuando como operadora das unidades. O fornecimento de gás natural, utilizado como insumo, ficaria a cargo da Petrobrás. Já os fertilizantes produzidos seriam comercializados para a estatal.

A Petrobrás disse em comunicado que segue na análise de uma solução definitiva, rentável e viável para o suprimento de fertilizantes ao mercado brasileiro. 

“Como já informado ao mercado, a Petrobrás prevê a reorganização de suas operações no segmento de fertilizantes no âmbito de seu Plano Estratégico 2024-2028”, concluiu a empresa.

O acordo entre Petrobrás e Unigel começou a ser desenhado em junho do ano passado. Em agosto, o ex-presidente da Petrobtas, Jean Paul Prates, tinha anunciado a decisão da empresa de retornar à produção de fertilizantes, alinhada com o contexto da transição energética.

Sergipe

No ano passado, o governador Fábio Mitidieri, juntamente com os senadores Alessandro Vieira, Rogério Carvalho e Laércio Oliveira, além de deputados federais, se reuniram com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para tratar sobre dois importantes assuntos para os sergipanos: a redução do preço do combustível no Estado e a política de preços do gás, que afeta o funcionamento da Unigel em Sergipe.

“Os representantes de Sergipe trouxeram problemas concretos que precisam de solução. É certo que nós precisamos aumentar a oferta de gás no país, para reindustrializar, gerar emprego e renda, combater desigualdade, minimizar e ampliar a competitividade da nossa indústria, em especial a indústria petroquímica e dos fertilizantes, para sermos autossuficientes do ponto de vista da nossa grande vocação, que é ser o celeiro da humanidade, do ponto de vista de produção de alimentos, e a questão efetivamente dos combustíveis, já que fizemos um grande esforço para implementar uma política nacional de preços que vai fazer com que o preço da gasolina, do gás de cozinha e do óleo diesel baixem”, afirmou o ministro, em reunião com o governador e parlamentares sergipanos.

À época, a bancada sergipana em Brasília sugeriu ao governo do presidente Lula a assinatura de uma Medida Provisória, para criar uma regulamentação específica do setor de gás utilizado para fertilizantes nitrogenados.


Por Redação, com informações da Petronotícias
Foto: Agência Petrobras

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