Prefeitura de Aracaju emite nota e garante lisura na construção do Hospital de Campanha

A Prefeitura de Aracaju assegura transparência nos processos de construção de Hospital de Campanha Cleovansóstenes Pereira Aguiar, principal unidade de tratamento da covid-19 na rede municipal de Aracaju e responsável pela recuperação de 154 dos 238 aracajuanos que necessitaram de internamento por conta da doença, de acordo com o boletim desta terça-feira, 7.

Desde o mês de abril, a gestão municipal estabeleceu um caminho de troca de informações com a Controladoria Geral da União, órgão regulador que solicitou dados sobre o processo de implantação do HCamp na capital sergipana. No dia 24 de abril, foi enviado e-mail com o Ofício nº 31/2020, entretanto como o envio foi feito no final do dia e tratava-se de uma sexta-feira, a assessoria jurídica tomou conhecimento da solicitação no dia 27 de abril. O e-mail solicitava todos os documentos relacionados à construção do Hospital de Campanha, sem prazo fixado para resposta. Já em 30 de abril, a Secretaria recebeu o Ofício nº 0036/2020, reiterando o Ofício nº 31/2020, também sem prazo fixado para resposta. 

Neste ofício, foram solicitados documentos das seguintes dispensas: 25/2020 – Contratação de 20 leitos do Hospital São José; 04/2020 – Contratação da empresa Ramac Empreendimentos; 33/2020 – Contratação da empresa Três Leões Material Hospitalar e Cirúrgica; 12/2020 – Contratação da empresa Philipes Medical Systems Ltda; 15/2020 – Contratação da empresa AF Empreendimentos Eireli; 04/2020 – Contratação da empresa Biotech Indústria e Comércio de Descartáveis Ltda; e 03/2020 – Contratação da empresa Equilibrium Distribuidora de Medicamentos. Documento que foi respondido em 7 de maio, por meio do Ofício nº 1.495/2020, quatro dias úteis após o recebimento da demanda.

Já em maio, mês que o Hospital de Campanha começou a operar, a SMS respondeu o Ofício nº 31/2020, por meio do Ofício nº 1.435/2020. Em 25 de junho, a equipe municipal de Saúde recebeu  Ofício n º 0075/2020, solicitando cópia da Dispensa nº 065/2020, contrato, processos de pagamento. O documento foi devidamente respondido em 1º de julho, através do Ofício nº 2.167/2020.

Transparência

Paralelo ao envio de informações para a Controlodaria Geral de União, a gestão desenvolveu o site “Transparência Covid-19: informações sobre o combate ao coronavírus”, com o objetivo de reforçar as ações de transparência e integra o Portal da Trânsparência do Município, a partir do qual a população tem fácil acesso a todos os dados referentes às ações de enfrentamento ao coronavírus adotadas pela administração municipal.

Outro fator que atesta o zelo da administração é o arquivamento de investigação do Ministério Público Estadual sobre indício de combinação entre as empresas para apresentar seus orçamentos. O Ministério Público Estadual arquivou procedimento ao não constatar qualquer indício de que houve a obtenção de informações privilegiadas ou situações de favorecimento.

A secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, afirmou que recebeu com surpresa a operação da Polícia Federal e defende o papel de fiscalização da Instituição. Ela afirma que as ações da SMS são transparentes e objetivam garantir assistência médica adequada à população.

“Todos os processos de contratação têm obedecido a legislação. Sobre esse projeto em particular, foram feitos procedimentos que não estão previstos na dispensa de licitação justamente para deixar mais claro e mais transparente as ações realizadas. Todos os questionamentos e solicitação de documentação têm sido atendidos pela Secretaria. Em nenhum momento, nos furtamos de encaminhar qualquer informação. Por conta disso, estamos surpresos com a operação. Estamos aqui para colaborar e tenho certeza que no final de tudo, ficará atestado que não houve nenhum desvio de finalidade. Nossa equipe é uma equipe guerreira e trabalha diariamente para materializar as ações de enfrentamento à covid em prol da nossa população”.

Sobre os questionamentos noticiados nesta terça-feira, 7, pela operação realizada pela Polícia Federal e reafirmados pela procuradora Regional Eunice Dantas, a Secretaria esclarece que não há divergência de piso do que foi descrito no termo de referência. O piso instalado atende todas as especificações solicitadas no edital. Inclusive o TCE acompanhou esse caso na época de montagem da unidade e constatou que foram aplicadas três camadas de pisos: o easyfloor, o tablado de madeira e a manta de linóleo.

Sobre a inexistência de instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, de dados e voz, os serviços foram implementados em contratos diferentes do da montagem do HCamp. Porém, o município garante que todas as instalações foram realizadas dentro dos padrões de segurança e das legislações da administração pública vigentes. Para o projeto hidrossanitário, por exemplo, foi feito um termo de referência para contratação de empresa para execução e o projeto foi, inclusive, elaborado pelos técnicos da Deso, em parceria com a prefeitura de Aracaju.

A respeito do curso locação de aparelho de ar condicionado, cada máquina de refrigeração instalada no HCamp custa aproximadamente R$ 70 mil. Como são 20 máquinas instaladas, o custo para a aquisição seria de R$ 1,4 milhão. Todas as 20 máquinas locadas hoje representam um custo mensal de R$ 175 mil por mês, o que ao final do contrato de seis meses, representaria uma economia de mais de R$ 300 mil. Além disso, o contrato vigente já inclui todos os serviços de manutenção e substituição, caso seja necessário.

Sobre o pagamento do serviço vigente, o primeiro faturamento não foi pago pela secretaria, justamente porque a área técnica identificou que o serviço prestado pela empresa estava em desacordo com o descrito no projeto. Ou seja, a empresa executou o serviço de forma parcial, o que gerou uma glosa total do valor que seria pago.

Já a questão do pé-direito mínimo inferior ao previsto em projeto básico, o Laudo Pericial também indicou a existência de sobrepreço na locação da estrutura de climatização e na locação de containers. O pé-direito da unidade Hospitalar tem diversas alturas. As divisórias dos leitos em TS medem 2,20m e serve apenas para separar os pacientes, porém a estrutura metálica tem altura mínima de 4m e a cumeeira tem 5,80m, o que atende a exigência do termo de referência.

Sobre as demais acusações de supostas irregularidades, a SMS garante que continuará atuando em prol da transparência e da regularização dos serviços que porventura sejam prestados em desacordo com o que foi preestabelecido nos termos de referência. Prova disso é o processo administrativo já aberto pela Prefeitura contra a empresa diante da prestação parcial do contrato, que já foi encaminhado para a comissão permanente de apuração de infração antes mesmo da deflagração da operação da Polícia Federal.

Além disso, existe um processo interno de auditoria na Controladoria Geral do Município que está avaliando não só a formalidade do processo, mas também o pagamento desses serviços. A gestão continuará apresentando os documentos que forem requisitados pelos órgãos de controle (como Tribunal de Contas e Ministérios Públicos).







Fonte: PMA
Foto: André Moreira/PMA/Divulgação

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