Após conhecerem as notas em que cada município obteve na avaliação feita pelos professores das redes estadual e municipal de ensino, a Federação dos Municípios do Estado de Sergipe (Fames) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação de Sergipe (Undime) emitiram uma nota pública contestando o resultado das avaliações feitas pelos professores no ensino público do Estado e dos Municípios.
De acordo com as duas entidades, as notas mencionadas pelo Sintese representam a opinião pessoal e política da coordenação do sindicato em cada município. Ainda, segundo a nota pública, o número de professores que participam da votação representa menos de 10% do total de educadores.
“Tal “avaliação” nada mais é do que a opinião pessoal e política da cúpula da coordenação do Sintese de cada município sergipano, representando menos de 10% do total de professores de cada rede municipal, ou da sua cúpula estadual, em relação ao Governo do Estado. Ou seja, além de representar uma parte diminuta do total de professores públicos, não há nenhum critério técnico, nem transparência ou até mesmo possibilidade de controle social nesse tipo de classificação”, diz trecho da nota enviada ao Hora News.
As entidades observam que para ser levada a sério a classificação dada pelo Sintese deveria estabelecer critérios técnicos possíveis de serem auditados, evitando questionamentos da sociedade.
“Para ser levado a sério, este sindicato deveria estabelecer critérios técnicos passíveis de serem auditados e transparentemente questionados pela sociedade. Não bastasse isso, o Sintese deveria garantir a todos os professores de cada rede escolar o direito de fazerem essas avaliações, sem restringir às cúpulas políticas apenas, o que descredencia o processo de qualquer crédito por parte da sociedade sergipana”, diz outro trecho da nota assinada pela Undime e pela Fames, que é presidida pelo prefeito de Ilha das Flores, Christiano Cavalcante.
Confira a nota completa.
FAMES e UNDIME publicam NOTA PÚBLICA questionando Prova Final do Sintese
Como de costume, sempre ao final de cada ano, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese) publica a chamada “Prova Final”, atribuindo uma nota de avaliação a cada município sergipano e ao Governo de Sergipe.
Tal “avaliação” nada mais é do que a opinião pessoal e política da cúpula da coordenação do Sintese de cada município sergipano, representando menos de 10% do total de professores de cada Rede Municipal, ou da sua cúpula estadual, em relação ao Governo do Estado. Ou seja, além de representar uma parte diminuta do total de professores públicos, não há nenhum critério técnico, nem transparência ou até mesmo possibilidade de controle social nesse tipo de classificação, que é feita única e exclusivamente pelos escolhidos do Sintese e cujo maior peso para a “nota” é a relação política de simpatia ou não com o gestor de cada localidade.
Até pouco tempo atrás, fazia-se parecer que a referida “avaliação” concentrava-se, principalmente, na concessão ou não do pagamento do Piso do Magistério da forma que o sindicato bem entende como deve ser. Todavia, nem esse critério tem mais sido levado em conta, uma vez que há municípios com pagamentos salariais em dia, inclusive com os reajustes anuais do Piso, sendo “avaliados” negativamente, e outros, que sequer atendem a esse “critério”, sendo “bem avaliados”. Isso só aumenta a certeza do caráter totalmente politiqueiro desta “avaliação”, focando sempre na autopromoção dos seus dirigentes maiores, os quais vivem buscando mandatos eletivos pra si e para os de seus entornos, a cada dois anos. Resultados de aprendizagem dos alunos (este sim deveria ser o norteador verdadeiro das “notas”), como o IDEB, qualidade de transportes escolares, regularidade no fornecimento de merenda das crianças, estrutura física das escolas de boa qualidade, material pedagógico de ponta, etc. Nada disso é verdadeiramente levado em conta nas “notas” do Sintese.
Para ser levado a sério, este sindicato deveria estabelecer critérios técnicos passíveis de serem auditados e transparentemente questionados pela sociedade. Não bastasse isso, o Sintese deveria garantir a todos os professores de cada Rede Escolar o direito de fazerem essas avaliações, sem restringir às cúpulas políticas apenas, o que descredencia o processo de qualquer crédito por parte da sociedade sergipana.
Prova viva de que esse mesmo sindicato não tem a qualidade educacional como uma de suas preocupações foi, por exemplo, a sua posição contrária ao Projeto de Lei 208/2019, aprovado pela Assembleia Legislativa, que instituiu o Sistema de Avaliação da Educação Básica de Sergipe – SAESE – nas escolas das redes públicas estadual e municipais de ensino. Este sim pode ser considerado um importante instrumento para o subsídio, formulação e monitoramento das políticas educacionais, objetivando diagnosticar os níveis de aprendizagem dos alunos. Mas o Sintese foi contra! A pergunta que a sociedade faz é: por que o Sintese não quer que a qualidade do ensino nas escolas públicas de Sergipe seja avaliado?
Infelizmente, nos últimos anos temos acompanhado o crescente aumento do volume de investimentos na Educação, em especial no pagamento de salários ao magistério, sem que isso se reverta em melhorias dos índices educacionais. Sergipe tem figurado nas piores posições em quase todos os indicadores existentes. Infelizmente! No entanto, esse mesmo Sintese que é bom em dar “notas” aos gestores, se omite em travar as discussões que interessa ao povo desse estado. Ao contrário, retruca qualquer diálogo ao promover uma “avaliação” que serve apenas como palanque político, em especial para a oposição aos atuais gestores e suas próprias bases políticas nos municípios.
A FAMES e a UNDIME-SE mantêm-se firmes em suas posições de defesa dos Municípios e da sociedade, principalmente diante dos atuais quadros educacional e financeiro, com as baixas avaliações educacionais e a permanente perda de receitas e concentração da maior parte de recursos com o governo federal, sem a efetivação do Pacto Federativo, o que dificulta ainda mais ações práticas de melhoria da educação pública, desde a creche até ao ensino fundamental, que é de responsabilidade dos Municípios.
Nosso reconhecimento aos prefeitos, aos secretários de educação, às equipes das secretarias e gestoras das escolas e, principalmente, à esmagadora maioria dos Professores das redes públicas de ensino que, todos os anos, é preterida desses processos “avaliativos”, por buscar suplantar os desafios das escolas públicas de Sergipe com trabalho e responsabilidade social.
FAMES – Federação dos Municípios do Estado de Sergipe
UNDIME-SE – União dos Dirigentes Municipais de Educação de Sergipe
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