Como é que pretos, pobres e mulatos. E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados … *Fragmento da música ‘Haiti’, 1993, de Caetano Veloso.
No dia de ontem, 03, foi noticiado, em primeira mão, pelo site de notícias Hora News a prisão em flagrante de um advogado realizada por uma guarnição de policiais militares e levada para registro dos policiais civis no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV).
Segundo a matéria, o advogado foi acusado de ter tentado estuprar uma criança de 12 anos de idade no banheiro de um supermercado localizado na Avenida Tancredo Neves, em Aracaju. Foram ouvidos por termo, o advogado preso, um funcionário do supermercado, a criança e sua mãe. Como determina a lei, foi ainda comunicada à OAB a prisão de um de seus inscritos.
Estranhamente, até o presente momento, a SSP não publicou no seu site notícia acerca dessa ocorrência policial como faz costumeiramente em relação a outras prisões realizadas.
Basta uma simples consulta ao site da SSP que será possível ler notícias relativas às prisões provisórias realizadas (aquelas havidas antes da condenação definitiva). Estas sempre recheadas de informações sobre os presos, permitindo suas identificações. Seus nomes e fotos ficam à disposição de todos.
Essa suposta “transparência” seria algo a se comemorar não fosse o desrespeito ao direito à dignidade dos presos que sequer foram julgados em definitivo pelo delito que lhe acusam provisoriamente. Qualquer cidadão preso, perde sua liberdade de locomoção, jamais sua dignidade humana.
Fica a indagação: POR QUE A SSP NÃO DIVULGOU O NOME COMPLETO E AS IMAGENS DO ADVOGADO PRESO COMO FAZ COM AS DEMAIS PESSOAS PRESAS?
Pela lógica do absurdo, já que a regra é o total desrespeito aos direitos humanos, ou se respeita o de todos, ou não se respeita o de ninguém.
Antonio Moraes é servidor policial civil, escrivão da Polícia Civil de Sergipe, ex-presidente do SINPOL Sergipe, policial antifascismo e articulista do Hora News.
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