A cassação dos direitos políticos do ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), ex-pré-candidato a governador de Sergipe pelo partido do presidente Jair Bolsonaro e líder nas principais pesquisas, está gerando grandes expectativas sobre o nome que ele deverá apoiar ao Governo do Estado.
Com a saída de Valmir do páreo, restam agora quatro pré-candidaturas fortes e com chances de vitória: Rogério Carvalho (PT), apoiado pelo ex-presidente Lula; Fábio Mitidieri (PSD), apoiado pelo governador Belivaldo Chagas e o prefeito Edvaldo Nogueira; Alessandro Vieira (PSDB), apoiado pela senadora Simone Tebet; e João Fontes (PTB), que agora tende a ser o único candidato bolsonarista.
Após a confirmação da inelegibilidade de Valmir pelo Tribunal Superior Eleitoral, apoiadores do presidente Bolsonaro começaram uma campanha nas redes sociais em defesa do nome da vereadora Emília Correia (Patriota) para substituir o líder político de Itabaiana na disputa. Apesar da adesão deste pequeno grupo, formado por membros do partido do qual a vereadora é o principal nome, outros grupos ligados ao bolsonarismo também se manifestaram, mas para discordar do nome de Emília por entender que a parlamentar nunca esteve na linha de frente do projeto do presidente Bolsonaro. Assim, surge o nome do ex-deputado federal João Fontes, presidente em Sergipe de um partido que faz parte da base de sustentação do governo Bolsonaro no Congresso, como sendo o mais forte para receber o apoio do eleitorado bolsonarista que estava disposto a votar em Valmir. Aliado de primeira hora, João Fontes goza da simpatia e amizade de Bolsonaro desde a época em que os dois eram deputados federais, além de ser o principal crítico dos governos petistas, o que agrada a militância bolsonarista.
Caso não indique um nome do próprio grupo político para substituí-lo na disputa pelo Governo de Sergipe, podendo ser até mesmo o correligionário Eduardo Amorim, por coerência Valmir terá que indicar alguém que esteja mais próximo do projeto bolsonarista, sendo João Fontes o principal nome. Vale lembrar que o ex-deputado esteve recepcionando o presidente Bolsonaro em recente visita a Sergipe, algo ignorado por Emília Correia e outros nomes que se dizem bolsonaristas.
Apesar que em política tudo é possível, dificilmente os demais candidatos terão o apoio do ex-prefeito. Rogério Carvalho, por ser petista e Valmir filiado ao partido de Bolsonaro, é praticamente descartável. Fábio Mitidieri não teria chances porque tem o apoio de Belivaldo Chagas e dos líderes itabaianenses Luciano Bispo e Maria Mendonça, principais adversários de Valmir em Itabaiana. Também pesa sobre Fábio o fato do governo ter trabalhado, segundo o grupo do ex-prefeito, para torná-lo inelegível. Outro nome que também não tem chances de receber o apoio do itabaianense, é o senador Alessandro Vieira (PSDB). Forte crítico do governo Bolsonaro, uma declaração de apoio seria um atestado de traição ao bolsonarismo.
Portanto, o nome que resta para uma possível declaração de apoio de Valmir de Francisquinho é o de João Fontes, por uma questão de coerência. Porém, isso não impede Valmir de indicar um nome fora da lista dos já declaradamente pré-candidatos. Mas, ele indicando um nome diferente daquele em que os bolsonaristas mais se identificam agora, neste caso João Fontes, será bem recepcionado por esta importante parcela do eleitorado sergipano? Eis a questão.
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