Pedir esmola não é ato de esperteza, mas de desespero pelo direito de viver


O momento em que nosso país vive, com o agravamento da pandemia e com a crise econômica motivada ainda mais pela crise sanitária, mas também pela incompetência de seus governantes, tem jogado muita gente para a miserabilidade.

Andando pelas ruas de Aracaju o que mais se ver são pessoas nos sinais de trânsito pedindo esmolas, com cartazes nas mãos com frases do tipo: ajude-me, não tenho o que comer.

São cenas que nos entristecem, pois um país rico como o Brasil, com um PIB anual de R$ 7 trilhões em média, não justifica que seus filhos estejam nas ruas se humilhando por um prato de comida para não morrer.

É preciso ações dos poderes públicos, especialmente o Executivo em suas três esferas – municipal, estadual e, principalmente federal -, além do Legislativo, com políticas públicas voltadas para o social. Essas pessoas que estão nas ruas não estão ali porque querem, pelo contrário, são vítimas de um sistema perverso que explora os pequenos para favorecer os grandes e poderosos.

Pedir esmolas para muitos é coisa de vagabundo, preguiçoso que não quer trabalhar. Um país com 14 milhões de desempregados, mas estão ali por pura diversão. Será que é isso mesmo?  Você que tem esse entendimento já passou fome em algum momento de sua vida? Já dormiu em guetos, debaixo de pontes e viadutos, no relento, a mercê da sorte? Muitos desses que falam isso são hipócritas, geralmente de famílias ricas, que nasceram em berço de ouro e não sabem o que é sofrimento social?

Se você encontrar alguém na rua pedindo esmola e seu coração for tocado, não pense duas vezes: dê o que estiver ao seu alcance, seja um prato de comida, uma roupa ou até mesmo uma palavra de carinho e conforto. Não exerça a hipocrisia como fazem algumas instituições públicas, por exemplo, que negam a esmola e fazem campanha com o discurso demagógico de que dar esmola é financiar a miséria. Será mesmo?

Melhor matar a fome de quem precisa do que financiar banqueiros, que só em 2020 lucraram quase R$ 52 bilhões às custas da miséria de uma parcela da sociedade esquecida e oprimida, e que está nas ruas não por divertimento, mas por falta de oportunidades e de um olhar social.

Pedir esmola não é ato de esperteza, mas um exercício de desespero pelo direito de continuar vivendo.


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