Até o dia 19 de julho, o público sergipano e os turistas que visitarem o Museu da Gente Sergipana, poderão conferir a exposição “Panapaná- Coletivo de Borboletas” da artista visual Raquel Lima. Na individual, a pintora apresenta 20 trabalhos em acrílica aquarelada, sobre papel, onde em meio a um fundo abstrato, multicor, pousam ou sobrevoam borboletas monocromáticas.
Aliás, esses insetos alados já aparecem na sua produção pictórica há um bom tempo. Para quem já conhece o trabalho da artista, radicada em Sergipe, há quase três décadas, sabe o quanto as borboletas são emblemáticos em suas telas.
“As borboletas começaram a aparecer nas minhas pinturas, quando fiz um curso com Elias Santos no SENAC. Eu estava desenhando bailarinas, avaliando a questão do movimento, da leveza, quando, de repente, vi-me inserindo borboletas no trabalho. Elas que simbolizam a liberdade e o movimento, encaixaram-se bem na proposta daquele momento e tornaram-se uma constante no meu trabalho”, explica Lima.
Desde a infância, vivida em Mandaguari (PR), que Raquel Lima se aventura no universo pictórico. Primeiro com o lápis de cor, incentivada pela professora de desenho, D. Lourdes, depois, já adolescente, Lima era a garota mais habilitada em retratar partes do corpo humano, nas aulas de Biologia, tamanha a destreza com o desenho. No entanto, foi a irmã mais velha, Maria, quem comprou a primeira tela e tintas para que a jovem experimentasse o contato com as tintas.
O resultado impressionista agradou mais a incentivadora do que a artista. Demoraria quase décadas para a artista autodidata, tivesse suas primeiras aulas de pintura. Corria o ano de 1990, época em que morou em Natal, e começou a fazer cursos livres de pintura e desenho. Lá, Raquel Lima passou pelo ateliê de Fernando Gurgel (pintura a óleo), Solar Barrios (aquarela) e Pedro Alves (pintura experimental).
Em 1991, ao mudar-se para Aracaju, estudou com Adauto Machado, Silveira (pintura a óleo), Fabião (acrílica), Leonardo Alencar e Elias Santos, seu grande mentor. Conhecendo as técnicas de cada um desses conceituados artistas, foi aprimorando a sua maneira de pintar também e experimentando voos mais altos.
Em 2003, veio o reconhecimento, com o 2º lugar no 13º Salão dos Novos, na Galeria de Arte Álvaro Santos, realizado pela FUNCAJU. A obra premiada foi uma acrílica sobre tela intitulada “Quantas Armadilhas são Necessárias para Capturar uma Borboleta em Fuga?”. Dois anos depois, Raquel estava realizando sua primeira individual, intitulada “Metamorfoses”, também na Galeria de Arte Álvaro Santos.
Realizou mais três individuais: “Casulos” (2006), na ENERGIPE; “Varal de Poesias” (2007), Memorial do Tribunal da Justiça e “Entradas e Saídas” (2010), Espaço da Arte 745 e participou de cerca de 50 individuais, na capital sergipana e em outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte
Com sua arte, Raquel Lima acredita transpor o imaginário dos seus sonhos expressando-se em representações artísticas em aquarela, desenho, pintura ou xilogravura, técnicas utilizadas, cada qual a seu tempo, misturando-se atualmente com propriedade conferida pela arte contemporânea.
As suas composições apresentam uma associação de estilos, procurando utilizar as regras formais de composição aliadas às representações estilizadas para configurar as ideias que quer transmitir. Uma boa oportunidade de constatar isso é conferindo a exposição “Panapaná- Coletivo de Borboletas” que tem curadoria assinada pela dupla Elias Santos e Silvane Azevedo.
A exposição individual que foi aberta no dia 21 de maio, prossegue até o dia 19 de julho, no Café da Gente e pode ser visitada de terça a domingo, das 10 às 18h. O Café da Gente fica anexo ao Museu da gente Sergipana (av. Ivo do Prado, 398.) Acesso gratuito.
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