Referindo-se às críticas recebidas pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), por parte da oposição, em relação às obras da Avenida Beira Mar, o vereador Camilo Feitosa Daniel, o Camilo Lula, afirmou que a obra que, em algum momento, causou transtorno e fez a oposição ocupar a tribuna, agora, não apenas é motivo de felicidade para a população mas também deixou a oposição sem argumentos.
“Quem anda pela Beira Mar, hoje, percebe como a Avenida ficou um verdadeiro tapete. Talvez, a oposição não tenha entendido ainda o recado dado pela população nas urnas: os principais líderes políticos da oposição na Câmara, a exemplo dos Valadares e Amorim, já foram derrotados eleitoralmente e os que vieram das suas entranhas para anunciar a nova política já começam com cheiro de velho, com discursos e práticas ultrapassados”, disse Camilo Lula.
Como está sendo a experiência de ser vereador por Aracaju?
A Câmara de Vereadores é um espaço em que as opiniões são debatidas. É a casa do povo. Lá a população está representada. Na atual quadra histórica em que nos encontramos, está na Câmara de Vereadores debatendo temas com os quais eu acredito e represento é motivo de honra. Na Câmara também nós colocamos em prática as nossas bandeiras de luta, buscando ao máximo ser propositivo e negociador. O ritmo de trabalho é intenso, pois além do desafio do parlamento, andamos pela cidade ouvindo os reclames da população para poder representar melhor as suas demandas.
Os debates na Câmara de Aracaju estão dentro da sua expectativa ou poderiam ser mais produtivos?
Como afirmei a pouco, é natural que os debates na Câmara sejam acalorados por conter, ali naquele ambiente, os mais diferentes representantes da população, que, muitas vezes, representam ideias e bandeiras antagônicas às minhas. Exemplificando, há parlamentares que constroem convergência comigo no âmbito municipal, quando se trata dos avanços que o município vem construindo com a gestão Edvaldo, mas divergem em pautas com as quais eu acredito, como a defesa dos direitos humanos, das minorias. Isso me puxa para o debate e a política é isso. É no debate que construiremos o consenso.
Como avalia a situação de Evando Franca, acusado de não reunir mais condições de saúde para ser vereador?
Conheço pouco o vereador Evando Franca. O que sei, no momento, é que ele está de licença médica. Torço que tudo fique bem, já que ele tem uma boa contribuição para a Câmara de Vereadores durante os anos em que vem legislando.
Como avalia este juízo do deputado federal Eduardo Bolsonaro em cogitar uma reedição do AI 5?
Nós afirmamos, desde 2015, que a democracia no Brasil estava sob um forte ataque conservador da direita, a partir dos interesses do capital internacional e do império dos Estados Unidos. Esse projeto conservador da direita brasileira empurrou o Brasil para maior crise econômica e política dos últimos tempos. Além desse projeto não apresentar nenhuma solução para os reais problemas do Brasil como o desemprego, por exemplo, eles atacam frontalmente a democracia e a liberdade de expressão para conseguir aprofundar o programa econômico do Governo. O exemplo mais claro disso foram as declarações de Eduardo Bolsonaro com relação as manifestações do Chile, alertando que se aquilo fosse no Brasil teria enfrentamento com a polícia… E um dia depois de falar esse absurdo, ele afirma em uma entrevista que o governo poderá adotar um novo AI-5. Em primeiro lugar eu preciso ressaltar o meu repúdio a essa declaração, quem se elege com voto popular jamais poderá questionar a legitimidade desse voto. E em segundo lugar é preciso dizer que essa manifestação totalitária será combatida nas ruas, pois nós derrotaremos o projeto desse filhote da ditadura. Espero que os deputados federais tenham vergonha na cara para cassar o seu mandato.
Lula é um preso político? O PT confirmou isso?
A conjuntura no Brasil estava bastante acelerada desde 2015, quando Eduardo Cunha abriu o processo de impeachment contra a presidenta Dilma. Desde aquela época, nós percebíamos e alertávamos que o jogo estava fora da ordem democrática, iniciando pelo motivo do golpe contra Dilma. Mais tarde, já fazíamos a denúncia da parcialidade da Operação Lava Jato. Nunca antes na história desse país, um processo teve tanta pressa de julgamento em 1° e 2° instâncias. O que motivava a Força Tarefa da Lava Jato? Bom, estamos vendo, agora, após as revelações do The Inthercept, onde eles queriam chegar, com toda a fraude processual. Se houver justiça nesse país, a condenação de Lula é anulada e veremos a justiça ser feita, deixando o maior brasileiro de todos os tempos livre, conversando com o povo e fazendo o que ele mais ama.
O PT está conseguindo persuadir o brasileiro que a eleição do Bolsonaro foi um equívoco ou o eleitor ainda tem fé no seu governo?
A eleição de 2018 foi um ponto fora da curva. Ninguém imaginava que a máquina de fake News teria tanta força. Ninguém imaginava que aquele impulsionamento que foi denunciado pela Folha de S. Paulo seria tratado com indiferença pelo Poder Judiciário. O povo brasileiro foi enganado. É natural que agora, nesse momento, a população comece a questionar os rumos desse governo. Ninguém achava que um governo teria capacidade de destruir a educação do nosso país, mas esse governo fez. Ninguém achava que esse governo teria a capacidade de entregar todo nosso patrimônio a preço de banana, mas esse governo fez. Ninguém achava que o pacto republicano e democrático seria quebrado, e o que nós vemos é a perseguição aos interesses do nordeste. As manchas de óleo são grande exemplo dessa política. Mas nós podemos virar esse jogo, com organização, muita mobilização e luta… E é natural que o partido dos trabalhadores lidere essa oposição devido o tamanho, a força política e a capacidade de aglutinar as forças democráticas no Brasil.
Acredita que o PT se manterá ao lado do prefeito Edvaldo Nogueira ou apresentará um candidato próprio para disputar a PMA?
Acredito que o PT é um partido forte – não é demais afirmar que esse é o principal partido no Brasil. Nas eleições de 2020, o PT terá papel decisivo em todo o país, e, principalmente, no Nordeste Brasileiro, mas não começamos as discussões formais no interior do PT para a disputa municipal em Aracaju.
Há quem diga que petista que defende rompimento está atrás de cargo. Quer, na verdade, pressionar Edvaldo. Como avalia esta tese?
Não acredito que o PT e a sua militância se movimenta para obter cargos. Nós temos projeto para a política e para a cidade, temos uma forma de governar e isso deve ser colocado nas tratativas do debate com Edvaldo. Citando um exemplo: há um debate sobre participação popular que deve ser retomado. Uma administração com a participação do PT é sinônimo de diálogo com a população para planejar a gestão e, consequentemente, definir onde será alocado os recursos da PMA. Essa metodologia já foi utilizada nos governos Déda e Edvaldo com a Secretaria de Participação Popular e o Orçamento Participativo.
A crítica feita por alguns petistas, acusando Edvaldo Nogueira de ter abandonado o projeto social, tem sentido?
Eu não acredito que Edvaldo tenha abandonado o seu projeto social. Se for analisar as prioridades da PMA, logo você verá realizações na periferia da cidade. É bonito de ver bairros da periferia sendo bem tratados pelo poder público, com obras de infraestrutura que levam dignidade e qualidade de vida à população. Obviamente que há muitos desafios, mas é mentirosa a afirmação que nada está sendo feito. Quem anda na cidade percebe que as coisas estão funcionando.
Como avalia o comportamento da oposição ao prefeito Edvaldo Nogueira na Câmara de Aracaju? Tem coerência ou está mais no terreno da crítica pela crítica?
A oposição na Câmara está passando por um dilema. Primeiro, não achavam que Edvaldo conseguiria aprovar projetos importantes para a cidade, aí a Prefeitura conseguiu ajustar as contas, captar empréstimos, recurso da emenda de bancada de 2016 e o resultado começa a chegar para a população. O discurso, que antes falava que só havia promessa e não teria soluções, começa a ver, agora, as obras sendo entregues para o povo. A obra que, em algum momento, causou transtorno para a população, e fez a oposição ocupar a tribuna, agora é motivo de felicidade para a população e deixou a oposição sem argumentos. Quem anda pela Beira Mar, hoje, percebe como a Avenida ficou um verdadeiro tapete. Talvez, a oposição não tenha entendido ainda o recado dado pela população nas urnas: os principais líderes políticos da oposição na Câmara, a exemplo dos Valadares e Amorim, já foram derrotados eleitoralmente e os que vieram das suas entranhas para anunciar a nova política já começam com cheiro de velho, com discursos e práticas ultrapassados. Em pouco tempo, a população descobrirá que o amarelo que está pintado na cara de alguns não é ouro, mas tinta de péssima qualidade.
Confira a entrevista completa no Universo Político.
Por Joedson Teles/Universo Político
Foto: César de Oliveira
Comente