O fim da civilização ocidental

Alguns dos sinais da decadência de uma sociedade poderão ser vistos em todas a épocas, quando observarmos atentamente os comportamentos dos seres humanos, particularmente, áqueles relacionados à satisfação dos seus instintos mais primitivos, particularmente, os relativos ao exercício do poder, sexo, comida e uso de drogas em geral.

As grandes civilizações na antiguidade clássica ocidental, como por exemplo, o Império Romano, começaram a dar sinais da sua derrocada, quando os valores morais entre os patrícios, começaram a desmoronar-se a partir dos conhavos políticos, dos costumes sociais expressos nos “bacanais”, onde tudo era permitido para, em nome da liberdade, usufruir-se de todo “gozo” dos prazeres da vida… do sexo à comida.

Sobre esse último aspecto, no auge desse processo de decadência moral, chegavam ao ponto em que, nas festas e comensais, após os convidados se fartarem de comida até o limite da saciedade, buscavam logo em seguida, os “vomitórios” para que neste local, com uma “pena” que quase todos já traziam consigo, introduzi-la na garganta e, assim, conseguirem expelir todo conteúdo ingerido até aquele momento, possibilitando assim a estes, voltarem ao banquete para reiniciar a comilança.

Por outro lado, nesses ambientes da alta sociedade romana, a promiscuidade nos relacionamentos sexuais entre os casais, hétero e homossexuais, numa total libertinagem, era generalizada à semelhança dos chamados “swings” de hoje em dia.

Como todos sabem, esses comportamentos sempre foram e continuarão a ser exemplares, como os são até hoje, para o resto da sociedade em geral. Fato este que foi notório em torno naquele império, onde as autoridade políticas de então, em meio à corrupção generalizada, conseguiam manter o povo anestesiado na chamada “pax romana” através da distribuição do pão e diversão nos coliseus e arenas em geral.

Nos últimos governos populistas no Brasil e na América Latina, em geral, tais políticas governamentais vem sendo aplicadas através da distribuição de pão (bolsa-família) e divertimento através de espetáculos futebolísticos e de música popular, nas chamadas “arenas” que nos faz lembrar ironicamente o Império Romano a que nos referimos acima .

Apesar de termos a consciência de que os seres humanos em todas as épocas são capazes de retrocederem à sua primitividade, ainda temos a esperança de que os valores éticos e morais cristãos que herdamos dos nossa pais, possam ainda manter-se e, assim, particularmente no Brasil, continuarem a alicerçar os pilares da nossa civilização cristã ocidental.
Sabemos hoje que esses sinais de decadência dos nossos valores, já se mostravam evidentes, em geral, no mundo ocidental na década de sessenta do século passado, nos movimentos de contracultura, tão expressivos na Passeata de Paris em 1968 de jovens e intelectuais e do Festival de Rock and roll em Woodstock em 1969 no Estado da Califórnia(USA), foram exemplares.

Naquele festival, o sexo vulgar, uso de drogas em geral e as músicas cujas letras, em geral, enalteciam a libertinagem, lançaram as sementes, em termos de costumes e valores morais dos quais, grande parte daquilo o mundo ocidental vem colhendo desde aquela época até agora.
Sobre esse aspecto, recentemente no Brasil logo após ao processo de redemocratização, ressurgiram na sociedade brasileira alguns seguimentos, particularmente no meio das universidades públicas entre professores e estudantes, como também na grande mídia intelectuais e jornalistas, além de políticos em geral, dando os primeiros sinais que já apontavam para a retomada das chamadas pautas “progressistas” que, partindo principalmente daquelas velhas lideranças políticas que voltavam do exílio e de jovens adestrados ideologicamente pela esquerda, passaram a defender abertamente a partir do relativismo da verdade, a liberação do aborto como método anticonceptivo, amor livre, uso de drogas em geral, ateísmo e o fim da família tradicional. Pautas estas que haviam sido rechaçadas em meados da década de sessenta do século passado no Brasil.
Com o advento dos governos de FHC e Lula/Dilma aqueles seguimentos ganharam força e conseguiram com a participação direta desses governos, principalmente deste último, o aparelhamento do Estado Brasileiro através dos partido políticos de viés esquerdista e centenas de ONG’s, além da cooptação de empresários corruptos.

Esses seguimentos, vem há mais de 20 anos, tentando vorazmente impor à toda sociedade brasileira aquela pauta. Nesse sentido, o que assistimos naqueles governos foi a prática de corrupção generalizada, chegando ao ponto de algumas empresas tiveram que criar um “departamento de propinas” a fim de contabilizar “por fora”, os valores que eram entregues aos políticos petistas e aliados.

O mais grave disso tudo foi o fato recentemente noticiado pela mídia, relatando o desmonte de quase todo trabalho feito pela justiça brasileira de Primeira Instância (Curitiba), Segunda Instância-TRF-4 de Alegre e da Terceira Instância-STJ em Brasília que processaram e condenaram vários empresários e políticos comprovadamente corruptos, após o devido processo legal, com a mais ampla defesa dos acusados, onde estes confessaram os crimes praticados e inclusive devolvendo parte dos recursos públicos desviados para as suas contas nos paraísos fiscais no exterior. Mas mesmo assim, depois de mais de três anos, veio o STF anular todo o processo, sob o eufemismo de falhas processuais relativas à competência do Juízo de Primeira Instância e suspeição do Juiz. Ficando claro implicitamente para todo o povo brasileiro, que não é trouxa, o porquê dessa anulação.

Apesar disso, precisamos não esquecer que nas eleições de 2018, a sociedade brasileira reagindo, deu um basta a todo esse processo ao eleger um desconhecido Capitão do Exército Brasileiro, o Jair Messias Bolsonaro que, tem buscado retomar a defesa dos nossos valores éticos e morais cristãos, apesar de, a todo momento, ter que enfrentar o sistema corrupto desmamado das tetas do governo federal, e que vem tentando de todas as formas inviabilizar o seu governo desde o início.

Nesse sentido, ao receber dos governos anteriores uma Nação com milhões de desempregados e um sistema político corrompido, o Presidente mesmo assim, vem tentando governar às duras penas desde o início de 2019 e no ano seguinte, com advento da Pandemia do Covid 19, a situação do Brasil tornou-se mais difícil social e economicamente, haja vistos os problemas gerados pela desorganização da economia e em função do expressivo aumento dos gastos públicos devido à pandemia.

Enquanto isso, aqueles mesmos setores “progressistas” associaram-se à quase toda grande mídia, aproveitando-se dos problemas e inclusive das mortes dos cidadãos brasileiros causadas pela pandemia, fazendo de tudo desde uma oposição ferrenha e até desonesta, para assim inviabilizar o atual governo ou mesmo derrubá-lo. Valendo lembrar ainda que, mesmo já antes daquelas eleições, aqueles mesmos setores “progressistas”, no governo de Michel Temer, já começavam a reclamar alegando de que, uma “Onda de Conservadorismo” estava invadindo o Brasil, como fosse anormal a sociedade brasileira optar em buscar conservar determinados valores que a vem alicerçando até agora.

E como sempre, os chamados setores progressistas da nossa sociedade, tendo uma ideologia que os guiam, e, ao mesmo tempo, os fazem cegos para a realidade e lições da História, assim, não conseguem ou não desejam perceber que, na verdade, todo aquele movimento conservadorista expresso nas urnas, nada mais seria que uma reação natural de oposição a tudo que apontamos acima e, portanto, a demonstrar claramente o desejo, em geral, dos homens e mulheres de bem e de formação cristã do mundo ocidental e, particularmente do Brasil, também desejam a manutenção daqueles valores que edificaram a nossa civilização ao longo dos séculos e mantê-los nesse momento difícil de transição porque passa toda a humanidade.

E finalmente, como disse o Martin Luther King Junior: “Não estou preocupado com os maus, mas com o silêncio dos bons”. E assim, neste momento difícil da vida brasileira, estamos tentando fazer nossa parte. Críticas e sugestões no e-mail do autor: pfontesnog@gmail.com


Paulo Nogueira Fontes é professor licenciado em História, advogado e funcionário público federal aposentado.

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